Rombo no setor público chega a R$ 85,5 bilhões no acumulado de 2016

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 31/10/2016 12h57
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Cédulas de Dólar Marcos Santos/USP Imagens Marcos Santos/USP Imagens dinheiro e calculadora

O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 26,643 bilhões em setembro, informou nesta segunda-feira, 31, o Banco Central. O resultado de setembro é o pior para o mês da série histórica, iniciada em dezembro de 2001. Em agosto, o rombo havia sido de R$ 22,267 bilhões e, em setembro de 2015, foi registrado déficit de R$ 25,491 bilhões.

O resultado fiscal de setembro foi composto por um déficit de R$ 26,499 de bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 298 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 157 milhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 141 milhões. Já as empresas estatais registraram superávit primário de R$ 154 milhões.

O déficit primário considerado pelo Banco Central é de R$ 170,5 bilhões para 2016, parâmetro que consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Para 2017, o déficit primário esperado é de R$ 139,0 bilhões.

Acumulado em 2016

As contas do setor público apontaram déficit primário de R$ 85,501 bilhões no acumulado de 2016 até setembro. A quantia representa 1,86% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, havia déficit primário de R$ 8,423 bilhões ou 0,19% do PIB.

Perspectivas

A comentarista Jovem Pan de Economia Denise Campos de Toledo enfatizou que tanto os números de setembro quanto o acumulado do ano representam um déficit recorde para as contas do Governo. Assista:

Para enfrentar a situação, que não é boa, o governo conta com a receita bilionária de multas e impostos de quem traz até esta segunda (31) dinheiro do exterior pela lei da Repatriação.

Em 2017, Michel Temer espera que o programa de concessões e privatizações ajude a equilibrar os gastos do governo.

Denise lembra ainda que o mercado piorou, nesta segunda, sua previsão para a retração do PIB de 2016, que pode ficar em 3,30%.

“Os dados ruins estão aí. Essa é a realidade do setor público como um todo”, resume Denise. A retomada do crescimento e dos números pode se dar aos poucos.

Composição do rombo

O resultado fiscal no acumulado de janeiro a setembro foi obtido com um déficit de R$ 94,476 bilhões do Governo Central (2,06% do PIB). Já os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 10,015 bilhões (0,22% do PIB).

Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 9,543 bilhões (0,21% do PIB), os municípios alcançaram resultado positivo de R$ 472 milhões (0,01% do PIB). As empresas estatais registraram déficit de R$ 1,040 bilhão no acumulado deste ano (0,02% do PIB).

Déficit nominal

O setor público consolidado registrou déficit nominal de R$ 67,100 bilhões em setembro. Em agosto, o resultado foi deficitário em R$ 62,943 bilhões e, em setembro de 2015, o resultado foi negativo em R$ 77,311 bilhões.

No mês passado, o governo central registrou déficit nominal de R$ 59,732 bilhões. Os governos regionais (Estados e municípios) tiveram saldo negativo de R$ 7,042 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram resultado nominal negativo de R$ 327 milhões.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o déficit nominal de 2016 até setembro equivaleu a 8,29%, uma soma de R$ 380,535 bilhões.

Já em 12 meses até o mês passado correspondeu a 9,42% do PIB, com um saldo negativo de R$ 576,827 bilhões.

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