Rússia diz que apoia Exército sírio contra terrorismo e não Assad
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou, nesta terça-feira (17), que Moscou não apoia o presidente sírio, Bashar al Assad, mas sim ao Exército do país na luta contra o terrorismo.
“Não apoiamos Al Assad, mas sim a luta nacional síria contra o terror. No terreno, não há melhor força que o Exército do páis, apesar de todas as suas debilidades”, disse o chanceler, em entrevista coletiva ao lado do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e do enviado especial da ONU para a Sìria, Staffan de Mistura.
“Não protegemos alguém de forma especial, mas um Estado soberano da ONU, cujo governo assim o solicitou. Um país soberano e politicamente independente”, destacou.
Lavrov garantiu que a prioridade russa na região é a “luta antiextremistas” e alertou sobre o vazio de poder caso o regime de Assad seja derrubado pelas diferentes facções que atuam fora de Damasco.
“Ouvi alguns países-membros dizerem que devemos escolher lutar contra o terrorismo ou apoiar o regime. Acredito que isso é um erro”, criticou Lavrov, logo após a reunião realizada pelo Grupo Internacional de Apoio à Síria, na qual participaram mais de 20 países.
Segundo o chefe da diplomacia de Putin, uma situação de caos na Síria beneficiaria organizações radicais como a Frente al Nusra, filial da Al-Qaeda no país, além do próprio Estado Islâmico (EI), que aproveitariam o vazio de poder para se expandir.
“Quem vai controlar o território libertado?”, questionou .
O chanceler alertou, sobretudo, para a situação humanitária da área e ressaltou que as “sanções unilaterais” estabelecidas pelas potências ocidentais contra Al Assad complicaram a situação do povo sírio.
O encontro da cúpula Internacional de Apoio à Síria terminou sem acordos concretos, mas serviu para reunir reforços e ampliar o atual cessar-fogo para outras partes do país.
Os países também não conseguiram fixar uma data para a próxima rodada de negociações de paz entre Damasco e rebeldes em Genebra, Suiça. No entanto, os envolvidos tentarão promover o evento antes do mês sagrado do Ramadã, que começa no próximo 6 de junho.
O Bloco Internacional determinou, porém, o estabelecimento de “pontes aéreas” caso as partes em confronto não permitam o acesso de ajuda humanitária por via terrestre.
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