Rússia diz que não precisa de corte internacional para caso de avião abatido

  • Por Agencia EFE
  • 15/07/2015 19h18

Moscou, 15 jul (EFE).- A investigação sobre a tragédia do avião malaio derrubado há um ano com 298 passageiros a bordo em território ucraniano não precisa de um tribunal internacional, disse nesta quarta-feira à televisão russa o embaixador da Rússia perante a ONU, Vitali Churkin.

“Nossa posição é muito clara e se baseia em que, para investigar crimes penais, não é necessário criar um tribunal internacional e nem tomar decisões a respeito no Conselho de Segurança da ONU”, disse Churkin ao canal de televisão “Rossia-24”.

O diplomata respondeu assim ao projeto de resolução apresentado pela Malásia para criar um tribunal internacional que investigue o caso do voo MH-17, derrubado em 17 de julho de 2014 sobre uma zona do leste da Ucrânia controlada por separatistas pró-Rússia.

“O problema desta proposta da Malásia e de outros países é que eles mesmos reconhecem que trata-se de um crime penal, e o Conselho de Segurança nunca tomou decisões para investigar” esse tipo de delitos, ressaltou Churkin.

Em declarações publicadas pela agência “RIA Nóvosti”, o diplomata russo recalcou que, “embora outros aviões civis tenham caído no passado, nunca foram criados tribunais internacionais”.

“Não vejo nenhuma perspectiva para estes documentos”, disse Churkin, ao antecipar que a Rússia vetará com toda segurança o projeto de resolução malaio se este for levado ao Conselho de Segurança.

A postura russa se resume em que, primeiro, deve concluir a investigação da tragédia e, depois, “pensar em como organizar de forma efetiva um processo judicial” para castigar os culpados.

O Boeing-777 da Malaysia Airlines foi abatido quando sobrevoava o leste da Ucrânia, aparentemente por um míssil terra-ar, segundo a versão preliminar apresentada pela comissão que investiga o ocorrido na Holanda.

As autoridades ucranianas e os insurgentes pró-Rússia se acusam mutuamente do abatimento do avião. EFE

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