Rússia diz que Ucrânia se encontra “à beira de uma guerra civil”
Moscou, 15 abr (EFE).- O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, disse nesta terça-feira que a Ucrânia se encontra “à beira de uma guerra civil” em função da crise entre as autoridades de Kiev e as milícias pró-Rússia no leste do país.
“A Ucrânia se encontra à beira de uma guerra civil. É terrível. Espero que de quem se espera atualmente a tomada de decisões (de Kiev) tenha suficiente bom senso como para não permitir esse tipo de cataclisma”, afirmou Medvedev, citado pelas agências locais.
O primeiro-ministro russo, que lembrou que Moscou não reconhece como legítimas as atuais autoridades de Kiev ao considerar que chegaram ao poder após um golpe de Estado, ressaltou que o único meio para solucionar a atual crise é o diálogo.
“É levar em conta os interesses de todos os grupos étnicos e reconhecer que os russos são cidadãos iguais aos ucranianos e podem utilizar sua língua em sua vida cotidiana. É um diálogo difícil, mas necessário. O povo tem direito de expressar sua opinião”, acrescentou.
Além disso, Medvedev se mostrou contrário ao desdobramento de forças de paz da ONU no país vizinho, como propôs ontem o presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
“Em geral, a chegada de forças de paz não soluciona nada. Infelizmente, unicamente conserva o problema”, disse.
Medvedev afirmou que a Ucrânia economizou nos últimos 20 anos mais de US$ 100 bilhões graças aos descontos no preço do gás procedente da Rússia, e convocou o Ocidente a ajudar economicamente Kiev, cuja economia se encontra à beira da quebra.
O Kremlin propôs a Kiev que aprove uma nova Constituição para transformar a Ucrânia em uma federação, conceder à língua russa o status de oficial e reconhecer a Crimeia como parte da Rússia.
Turchinov denunciou que nas regiões orientais da Ucrânia se repete atualmente o mesmo cenário da península da Crimeia, anexada por Moscou em 21 de março, em referência à presença de forças russas na zona.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, tachou hoje de “absurdas” as denúncias sobre a presença de tropas russas no leste da Ucrânia. EFE
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