Rússia enviará resolução à ONU, mas descarta envio de tropas de paz à Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 12/06/2014 09h33
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Moscou, 12 jun (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou nesta quinta-feira que Moscou apresentará um projeto de resolução sobre a Ucrânia ao Conselho de Segurança da ONU a fim de obter um cessar-fogo no leste pró-Rússia do país.

“A Rússia está inquieta pela falta de avanços nos esforços para dar fim à violência e às ações militares” nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk (leste), disse Lavrov à imprensa local.

Lavrov, que já ordenou apresentar o projeto de resolução ao embaixador russo diante da ONU, Vitali Churkin, ressaltou que a cessação da violência deve começar com a suspensão da “operação de castigo” contra as fortificações russófilas.

“Sabemos que os insurgentes do sudeste estão dispostos a um cessar-fogo, mas o primeiro passo, segundo todas as regras, deve ser dado pelas autoridades de Kiev como foi a posse do (presidente ucraniano) Petro Poroshenko”, enfatizou.

Ao mesmo tempo, o chanceler russo descartou que neste momento se deem as condições para o desdobramento de tropas de pacificação no país vizinho.

“Não estamos falando de forças de pacificação, já que consideramos que a situação não chegou a esse ponto”, assinalou.

O chefe da diplomacia russa destacou que “ainda há esperança que as declarações do presidente Poroshenko sobre a cessação da violência se façam realidade e comecem as negociações”.

“Continua havendo um crédito de confiança e é preciso fazer uso dele. Tudo está nas mãos da parte ucraniana”, acrescentou.

Lavrov defendeu o cumprimento do roteiro da OSCE, que visa ao fim da violência, ao desarmamento dos grupos armados ilegais e ao início de um diálogo nacional entre Kiev e todas as regiões do país.

Ele afirmou, ainda, que a Rússia promoverá a investigação do uso de armas e métodos de guerra proibidos, do incêndio da Casa dos Sindicatos em Odessa e dos ataques contra as fortificações da guerrilha em Kramatorsk, Slaviansk e a cidade de Mariupol, todas na região mineira de Donetsk.

O secretário-geral da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Lamberto Zannier, pediu hoje o fim dos combates ao visitar os refugiados desse país deslocados na Rússia.

“Sei o que acontece em Donetsk e Lugansk. É uma loucura que é preciso deter. A melhor das variantes é cessar as ações militares, iniciar negociações e realizar eleições”, disse Zannier à imprensa local. EFE

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