Rússia quer entrar no mercado do Irã após suspensão das sanções

Moscou, 4 abr (EFE).- A Rússia tem um grande interesse em estabelecer relações comerciais com o Irã e vender seus produtos à República Islâmica quando forem suspensas as sanções impostas a esse país por sua política nuclear, disseram neste sábado os ministros de Comércio, Denis Manturov, e de Energia, Aleksandr Novak.

“Se o problema (das sanções) for resolvido graças aos acordos alcançados (entre Teerã e os países do Grupo 5+1), se abrirá uma grande janela de possibilidade para impulsionar a cooperação. Poderemos fornecer mercadorias, mão de obra e serviços” ao Irã, ressaltou Novak.

Por sua vez, Manturov destacou que a Rússia quer vender ao regime islâmico “automóveis, aviões e embarcações” e está disposta a estabelecer relações “cooperativas e projetos comuns”.

Após vários dias de intensas negociações, o Irã e as potências do Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, além da Alemanha) alcançaram na Suíça um acordo preliminar sobre a política nuclear de Teerã.

O acordo nuclear prevê que o programa de enriquecimento de urânio de Teerã seja limitado e supervisionado por um período de até 25 anos, e estabelece que 95% do urânio já produzido seja diluído ou enviado ao exterior.

O tratado pactuado, que estabelece “controles estritos” das atividades nucleares iranianas, também prevê a suspensão das sanções nucleares impostas pelos EUA e pela União Europeia contra o Irã.

A Rússia, que cancelou contratos armamentistas com Teerã depois da aprovação das sanções internacionais, não deixou de cooperar com o Irã no âmbito da energia nuclear.

Moscou ajudou os iranianos a erguer a única usina de energia nuclear desse país, situada na cidade de Busher e cuja construção se prolongou durante anos devido à oposição ocidental.

A usina entrou em funcionamento em agosto de 2010 e alcançou seu pleno rendimento em junho de 2013.

Em março do ano passado, Irã e Rússia chegaram a um acordo preliminar para construir outras duas novas usinas de energia nuclear na própria Busher. EFE