Safra de soja deve encolher 3,1% por conta de condições climáticas, diz IBGE

  • Por Agencia EFE
  • 12/03/2014 16h03
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Rio de Janeiro, 12 mar (EFE).- O Brasil produzirá neste ano uma colheita recorde de 88,4 milhões de toneladas de soja, 8,3% maior do que no ano passado, mas inferior à prevista inicialmente e que transformaria o país no maior produtor mundial da oleaginosa, informou nesta quarta-feira o governo.

A colheita de soja para este ano calculada com base nas visitas ao campo realizadas pelos técnicos em fevereiro é 3,1% inferior ao levantamento de janeiro, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

A projetada produção inicial de 91,3 milhões de toneladas permitiria ao Brasil superar pela primeira vez os Estados Unidos como maior produtor mundial do grão.

A redução foi atribuída aos danos provocados nos cultivos pela intensa seca que castiga as regiões sul e sudeste do país desde o final do ano passado e as chuvas que castigam os estados fronteiriços com a Bolívia, especialmente o Mato Grosso, que é responsável por 30% da produção nacional de soja (26,5 milhões de toneladas).

O Mato Grosso enfrentou, embora com menos intensidade, as precipitações que inundaram amplas regiões dos estados do Acre e Rondônia, também fronteiriços com a Bolívia.

A colheita de grãos no Mato Grosso “enfrenta um excesso de chuvas no norte, maior região produtora, o que prejudica a colheita”, segundo o comunicado do Instituto.

O organismo também atribuiu a redução de sua previsão para a colheita de soja à seca em regiões produtoras do sul do país como os estados do Paraná e Rio Grande do Sul.

Apesar disso, a produção de soja no Brasil neste ano será recorde graças a um aumento de 6,2% na área plantada e de 1,8% na produtividade, que subirá dos 2.932 quilos por hectare do ano passado até 2.984 quilos por hectare em 2014.

“As boas perspectivas do mercado internacional e os preços praticados em 2013 justificam esse crescimento”, segundo o organismo.

Para o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura do Brasil, Neri Geller, consolidar-se como segundo maior produtor mundial de soja é um grande avanço.

“Nos últimos dez anos crescemos de forma extraordinária, tanto pelo aproveitamento de áreas de cultivo que estavam degradadas como pelo aumento da produtividade por hectare”, afirmou Geller. “Infelizmente tivemos problemas climáticos que frustraram a expectativa de superar os Estados Unidos, mas temos um potencial muito grande”, acrescentou.

Segundo as previsões divulgadas hoje, o Brasil terá neste ano uma colheita recorde de grãos de 190,3 milhões de toneladas, 1,1% superior aos números de 2013 (188,2 milhões de toneladas), que já tinha sido a maior do país.

A previsão para a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas neste ano é 1,8% inferior à calculada em janeiro, já que as adversas condições meteorológicas fizeram os técnicos reduzir sua projeção em 3,6 milhões de toneladas.

O aumento da produção obedecerá principalmente a área a ser colhida aumentou 4,3% em um ano, desde 52,8 milhões de hectares em 2013 até 55,1 milhões de hectares em 2014.

A produção somada de soja, arroz e milho corresponde a 92,5% da colheita total de grãos do Brasil e monopoliza 85,5% da área plantada.

Enquanto a área plantada de soja crescerá 6,2% e a de arroz 1%, a do milho encolherá 1,2%.

Quanto à produção, a de soja crescerá 8,3%, a de arroz 6,3%, até 12,5 milhões de toneladas, e a de milho reduzirá 7%, até 74,9 milhões de toneladas.

Dos 26 produtos analisados, 12 registrarão aumento de produção, entre os quais algodão (11,9%), cana-de-açúcar (0,7%), mandioca (10,3%) e sorgo (6,3%).

Entre os produtos cuja colheita encolherá destacam-se aveia (-9,2 %), café arábica (-3,2%), cevada (-17,3%) e trigo (-15,5%). EFE

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