Senador independente confirma que enfrentará Hillary nas primárias democratas
Washington, 29 abr (EFE).- O senador independente de Vermont, Bernie Sanders, confirmou nesta quarta-feira em entrevista os rumores que lhe situavam como possível rival de Hillary Clinton na corrida para ser o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos.
Em uma entrevista ao jornal “USA Today”, Sanders antecipou sua candidatura, que deve ser oficializada amanhã, e assegurou que concorrerá às primárias com a intenção de ganhá-las, apesar do grande grau de desconhecimento de sua figura entre os cidadãos.
“Resta muito caminho a percorrer. A maioria das pessoas nos EUA jamais ouviu falar de Bernie Sanders. Mais de 90% ouviram falar de Hillary Clinton”, admitiu o veterano senador, que aos 73 anos é o primeiro rival confirmado da ex-secretária de Estado.
Sanders explicou que sua estratégia para sair vencedor das primárias se baseará em conseguir o apoio dos americanos “mal pagos e explorados” que estão “ansiosos” por uma mudança.
“Estive viajando pelo país durante o último ano para tentar determinar se realmente existe apoio de base quanto a pessoas dispostas e preparadas para desafiar à classe multimilionária. Acho que sim, existe”, comentou o senador de Vermont.
Sanders tem um discurso muito pouco habitual na alta política americana (inclusive entre as fileiras democratas), mais próximo à social-democracia europeia e muito crítico com a “submissão” dos partidos aos interesses das grandes empresas, o que o levou a apresentar-se sempre como candidato independente.
No entanto, o veterano senador admitiu que concorrer como independente à corrida presidencial “não era factível”.
“Acho que os americanos querem uma mudança fundamental para que o governo trabalhe para o cidadão comum e não só para os multimilionários”, declarou Sanders, acrescentando que a população está “desencantada” com “a avareza das grandes corporações”.
O senador de Vermont tem um perfil muito mais progressista que a grande favorita à candidatura democrata, Hillary Clinton, votou contra a Guerra do Iraque e se opõe aos tratados de livre-comércio que os Estados Unidos estão negociando com a União Europeia e com vários países do Pacífico. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.