Sérvia não aceitará refugiados devolvidos “à força” pela Hungria
Belgrado, 15 set (EFE).- A Sérvia advertiu nesta terça-feira que não aceitará os refugiados que a Hungria tentar devolver “à força”, depois de Budapeste decidir que o vizinho do sul é um país seguro para onde os litigantes de asilo podem retornar.
“Não pararemos ninguém à força em nosso território e por isso também não permitiremos que nenhum país devolva a ninguém à força para nosso território”, declarou o ministro do Trabalho, Aleksandar Vulin.
“Eles (os refugiados) estão no território da Hungria e esperamos que o Estado húngaro os trate como é devido”, disse Vulin à agência de notícias “Tanjug”.
O ministro assinalou que os refugiados que fracassam na tentativa de entrar na Hungria poderão permanecer na Sérvia e retornar aos centros de amparo.
As autoridades húngaras tinham advertido que, após considerarem a Sérvia um país seguro, devolveriam os solicitantes de asilo que tenham passado antes por lá.
À meia-noite de hoje (19h de segunda-feira em Brasília) entrou em vigor na Hungria uma nova legislação que pune com prisão o cruzamento ilegal da fronteira.
Poucas horas antes, Budapeste terminou de instalar uma cerca ao longo dos 175 quilômetros de fronteira com a Sérvia para impedir a entrada dos milhares de refugiados, a maioria vindos de países em conflito no Oriente Médio, que há semanas tentam chegar à Europa ocidental pela Rota dos Bálcãs, pela qual atravessam Turquia, Grécia, Macedônia e Sérvia.
A emissora de televisão pública sérvia “RTS” informou que três mil refugiados entraram na Sérvia ontem pela cidade de Presevo, onde receberam primeiros socorros e foram registrados, antes de seguir viagem rumo ao norte.
Nos últimos dias dezenas de milhares de refugiados se apressaram para chegar o mais rápido possível à fronteira húngara em uma tentativa de atravessá-la antes da entrada em vigor destas medidas, muito mais duras.
Na Sérvia a preocupação é que, devido ao fechamento da fronteira com o vizinho do norte, os milhares de refugiados permaneçam no país. EFE
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