Servidores de saúde da Libéria iniciam greve em plena crise do ebola

  • Por Agencia EFE
  • 14/10/2014 06h13

Monróvia, 14 out (EFE).- Funcionários de saúde da Libéria estão em greve nesta terça-feira e exigem melhorias salariais devido ao alto risco da exposição aos pacientes do vírus ebola, que já causou mais de 2,2 mil mortes no país.

A paralisação foi iniciada na madrugada de segunda-feira, depois de os trabalhadores darem um ultimato ao Ministério da Saúde, exigindo o pagamento de complemento salarial e a readmissão de dois membros da Associação de Trabalhadores da Saúde, despedidos em fevereiro após convocarem a greve.

O Ministro da Saúde da Libéria, Walter Gwenigale, prometeu que os servidores receberão “salários justos”, mas descartou a possibilidade de reincorporar os funcionários demitidos.

Os trabalhadores insistem que vão seguir com a greve até que a readmissão seja efetuada, mas Gwenigale ameaçou demitir todos que se negarem a retornar aos postos de trabalho.

“Os trabalhadores de saúde que estão insistindo que os funcionários sejam reincorporados antes de voltarem a seu trabalho deveriam se preparar para ficar em casa para sempre”, ameaçou o ministro liberiano através de comunicado.

A epidemia que assola o leste da África, onde já morreram mais de 4 mil pessoas desde o início do surto em março, preocupa médicos e enfermeiros que tem contato com os doentes.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um total de 233 funcionários de saúde morreram nos últimos meses na região: 38 na Guiné, 95 na Libéria, 5 na Nigéria e 95 em Serra Leoa.

Em setembro, os enfermeiros do hospital John F. Kennedy de Monróvia, um dos grandes centros de tratamento e isolamento para doentes de ebola no país, também cruzaram os braços para exigir melhores salários e mais proteção contra o vírus.

Os servidores dizem que não dispõem de equipamento necessário para se proteger do vírus, transmitido por contato direto com sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados.

Apesar de a Libéria ter decretado estado de emergência e iniciado uma série de medidas para combater o vírus, a epidemia ainda segue sem controle no país, que acumula o maior número de mortes pela doença. EFE

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