Supremo do Canadá ordena Wal-Mart a compensar funcionários demitidos
Toronto (Canadá), 27 jun (EFE).- A Suprema Corte do Canadá sentenciou o Wal-Mart nesta sexta-feira a pagar uma compensação a 190 funcionários que tinha demitido para evitar que formassem um sindicato, uma decisão que afetará as operações da empresa no país.
Cinco dos sete juízes do Supremo disseram hoje que o gigante americano de distribuição violou as leis trabalhistas da província de Québec quando em 2005 fechou um estabelecimento pouco depois que seus trabalhadores formassem um sindicato.
O estabelecimento da cidade de Jonquière, cerca de 200 quilômetros ao norte da cidade do Québec, se transformou no final de 2004 no primeiro Wal-Mart da América do Norte no qual seus empregados formaram um sindicato.
Mas, poucos meses depois, em abril de 2005, o Wal-Mart decidiu fechar o estabelecimento e despedir seus 190 empregados por considerar que não era rentável.
No entanto, a Corte Suprema disse que o Wal-Mart não conseguiu demonstrar que o estabelecimento tinha dificuldades econômicas e assegurou que a empresa americana mudou as condições trabalhistas de seus empregados sem a autorização do sindicato e contra as leis de Québec.
O ente judicial ordenou que a disputa trabalhista seja revisada de novo por um mediador laboral que originalmente tinha decidido em favor dos empregados.
O Wal-Mart disse em comunicado que está “decepcionado” com a decisão judicial e que revisará a sentença para “determinar” seus “próximos passos”.
O fechamento do estabelecimento de Jonquière não é o único que o Wal-Mart realizou em sua luta contra a sindicalização de seus funcionários.
Em 2009, outro Wal-Mart de Québec foi fechado poucos meses depois que seus trabalhadores se unissem a um sindicato e conseguissem um convênio coletivo.
Em 2010, os trabalhadores de outro estabelecimento do Wal-Mart em Québec também se uniram a um sindicato. Em 2011, a empresa solicitou às autoridades trabalhistas que impedisse o grupo de operar como sindicato.
O sindicato canadense e americano United Food and Commercial Workers (UFCW) declarou em comunicado que “ano após ano o Wal-Mart utilizou truques sujos para evitar que seus empregados exerçam seu direito democrático de unir-se a um sindicato”.
O UFCW acrescentou que a sentença “é um grande marco positivo” que esclarece os direitos dos empregados e as obrigações das empresas. EFE
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