Em meio ao adiamento da lei antidesmatamento, São Paulo busca apoio da FAO
Secretário de Agricultura de SP quer auxilio de agência da ONU para ampliação de práticas sustentáveis no Estado
Durante 5 dias o governo de São Paulo estará em Roma, na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura para tratar de diversos temas. Um dos principais, é o regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento. A norma, que foi adiada por mais um ano, estabelece exigências para entrada de commodities no continente europeu, e proíbe a importação de produtos oriundos de área de desmatamento até dezembro de 2020, independente de ser legal ou ilegal. O governo federal estima que a lei pode afetar 15% das exportações brasileiras. O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, pretende mostrar a aplicação do Cadastro Ambiental Rural, dos sistemas de rastreabilidade e certificação antidesmatamento.
Ele diz que dos 430 mil cadastros ativos no sistema, 336 mil já foram verificados pelo produtor e um total de 65 mil já estão validados. Guilherme Piai afirma que São Paulo tem tido papel de destaque quando o assunto é sustentabilidade: “O Estado tem 5% de vegetação nativa a mais do que preconiza o Código Florestal Brasileiro, chegando a 25% de mata preservada. Em 2024, São Paulo registrou o menor desmatamento da Mata Atlântica e do Cerrado nos últimos cinco anos. A redução foi de 33% em relação aos anos anteriores”. Outra temática que o governo deve tratar é a intensificação de políticas públicas para populações rurais vulneráveis, com o objetivo de firmar parceria junto à FAO para obter recursos financeiros e ampliar o acesso a tecnologias agrícolas para esses produtores.
O secretário de Agricultura conta que pretende atrair esse apoio destacando o que tem sido feito no estado: “O foco será a apresentação do programa de recuperação de áreas degradadas, o IntegraSP, por meio do qual o Estado auxilia os produtores a tornar terras que estavam improdutivas uma fonte de renda. Além disso, iremos apresentar a programa de Pagamentos por Serviços Ambientais, uma prática cada vez mais utilizada como uma forma de reconhecer e remunerar os benefícios que as áreas naturais e os ecossistemas proporcionam à sociedade. Estes serviços incluem, entre outros, a regulação do clima, a proteção da biodiversidade, a manutenção da qualidade da água, do solo e a prevenção de enchentes”.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.