Suu Kyi lidera manifestação para exigir reformas na Constituição de Mianmar

  • Por Agencia EFE
  • 17/05/2014 09h54

Bangcoc, 17 mai (EFE).- Milhares de pessoas, lideradas pelo Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, saíram neste sábado às ruas de Yangun para exigir reformas na Constituição de Mianmar antes das futuras eleições presidenciais de 2015.

Suu Kyi apontou que a Carta Magna deve ser modificada para assegurar que o pleito seja livre e limpo.

Conforme a atual Constituição o líder da Liga Nacional para a Democracia (LND), o principal partido opositor, não poderia se apresentar às eleições porque seus filhos possuem nacionalidade britânica e esteve casada com um estrangeiro.

Um artigo da Constituição estabelece que qualquer pessoa cujo cônjuge ou filhos devam lealdade a um poder estrangeiro não poderão chegar a ser presidente ou vice-presidente do país.

Suu Kyi quer uma Constituição na qual se estabeleça que o judiciário seja independente e na qual haja um equilíbrio entre os poderes Executivo, Legislativo e Judicial.

Além disso, pretende que seja outorgada uma maior autonomia aos estados das minorias étnicas.

Para mudar a Carta Magna é preciso o apoio de 75% do parlamento, algo que é complicado sem a cumplicidade dos militares, que se reservam por lei 25% das cadeiras.

A LND e outros cinco partidos das principais das minorias étnicas do país formaram uma aliança em junho do 2013 com o objetivo de “reduzir gradualmente as cadeiras parlamentares dos militares” antes dos futuros pleito.

Mianmar esteve governada por generais desde o golpe de 1962 até 2011, quando a última junta militar trespassou o poder a um governo civil afim que desde então aplicou um programa de reformas celebradas pela comunidade internacional.

Desde sua chegada ao poder, o presidente Thein Sein tratou de estabelecer tréguas e carimbar acordos de paz com os grupos conformados pelas minorias étnicas, muitos dos quais pegaram em armas durante décadas contra a Junta Militar.

A atual Constituição foi aprovada em 2008 mediante um referendo e elaborada por uma comissão cujos membros foram escolhidos a dedo pelos dirigentes do extinto regime militar.

A opositora, que completou 68 anos em 19 de junho e disse que quer governar o país, é idolatrada por muitos de seus compatriotas por causa dos mais de 15 anos que sofreu sob prisões domiciliares por lutar contra os generais que governavam o país. EFE

nc/ff

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