Tadjiquistão celebra 24 anos de independência após proibir partido islâmico

  • Por Agencia EFE
  • 09/09/2015 13h19

Moscou, 9 set (EFE).- O Tardjiquistão celebra nesta quarta-feira o aniversário de sua independência no meio da tensão provocada pelos recentes ataques armados e a proibição do único partido islâmico legal da Ásia Central.

O presidente tadjique, Emomali Rahmon, no poder desde 1992, felicitou seus compatriotas pelo aniversário e pela recuperação das tradições nacionais após a queda da União Soviética (1991).

Rahmon, que adotou esse sobrenome ao invés de Rahmonov para romper com o passado, garantiu que uma das maiores conquistas após a independência é a paz após a cruel guerra civil que deixou mais de 100 mil mortos em 1992-1997).

Tanto o presidente russo, Vladimir Putin, como o americano, Barack Obama, felicitaram hoje Rahmon pela independência da república centro-asiática, que compartilha mais de 1,3 mil quilômetros de fronteira com o Afeganistão.

Precisamente, a estabilidade do Tadjiquistão se viu ameaçada na semana passada quando ocorreram dois ataques armados contra um edifício do Ministério da Defesa e uma delegacia perto da capital, Dusambe.

As autoridades responsabilizam por esses ataques o vice-ministro da Defesa tadjique, o general Abdujalim Nazarzoda, que foi destituído de maneira fulminante pelo presidente e acusado de golpe de Estado e terrorismo.

Após o ataque, as forças de segurança declararam alerta máximo em todo o país e lançaram uma operação para eliminar os agressores e capturar Nazarozoda, que teria se refugiado nas montanhas.

As forças de segurança informaram hoje sobre a detenção de outros sete rebeldes, aumentando para 72 os rebeldes detidos.

A tensão foi aumentando desde que o governo proibiu em 28 de agosto o Partido do Renascimento Islâmico (PRI), a única formação política islâmica legal na Ásia Central, e deu dez dias para a dissolução da mesma.

Rahmon acusou o PRI, que participou de quase todas as eleições realizadas neste país desde a guerra civil e acusou o presidente tadjique de autoritarismo, de instigar desordens maciças no país.

O PRI, que não obteve nenhuma cadeira nas últimas eleições legislativas após conseguir um histórico resultado em 2010, acusou Rahmon de perseguir os jovens que têm barba, impedir as mulheres de usarem véu e dissuadir os menores de idade de comparecer às mesquitas.

O líder do PRI, Mihiddin Kabiri, que se exilou em junho na Turquia por temor de represálias, é conhecido por sua ideologia moderada e inclusive foi ameaçado de morte pelo jihadista Estado Islâmico por se opor ao advento de um califado na região. EFE

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