Tailândia detém vários políticos locais acusados de tráfico de pessoas
Bangcoc, 4 mai (EFE).- A polícia da Tailândia deteve três políticos locais e um birmanês acusados de tráfico de pessoas em relação com os campos clandestinos onde foram encontrados os corpos de 26 imigrantes, informa neste domingo a imprensa local.
Os políticos são chefes locais na província de Songkhla, onde na sexta-feira os agentes e soldados acharam os 26 corpos, em sua maioria da minoria birmanesa dos rohingya, em um acampamento ilegal.
Todos eles são acusados de colaborar com os traficantes responsáveis pelo campo de detenção.
As autoridades tailandesas indicaram que há outras pessoas em busca e captura, e que dois membros da polícia local estão sendo investigados por possível participação.
Segundo dois jovens resgatados, o campo chegou a contar com 800 vítimas do tráfico humano, em sua maioria birmaneses e bengalis, que eram libertados quando seus parentes pagavam um resgate.
“Pertencíamos a um grupo que não podia pagar os resgates, por isso que tinham nos fechado sem se importar se viveríamos ou morreríamos”, manifestou Anuzar, outro sobrevivente de 28 anos, de acordo com o jornal “Phuketwan”.
“A maioria era espancada e sofria com abusos no campo, nunca tínhamos suficiente comida ou água. Raramente tomávamos banho”, relatou a vítima, que calculou que no campo havia pelo menos 10 bengalis e 30 rohingyas mortos.
O campo, situado perto da fronteira com a Malásia, contava com vários colchonetes para dormir, fogão, lavabos e uma torre de vigilância.
Milhares de rohingyas, uma minoria muçulmana considerada apátrida, embarcam todos os anos em uma perigosa viagem rumo à Tailândia e Malásia para fugir da perseguição e da pobreza em Mianmar (Mianmar).
Os rohingyas, uma da minorias mais perseguidas do mundo, segundo a ONU, são considerados estrangeiros em Mianmar, onde são qualificados de bengalis.
“A descoberta dos túmulos deveria impulsionar o governo tailandês a acabar com as redes de tráfico que enriquece oficiais as custas de pessoas extremamente vulneráveis”, indicou em comunicado Brad Adams, diretor da Human Rights Watch na Ásia. EFE
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