Tentativa de ataque ao parlamento da Tunísia deixa sete turistas mortos

  • Por Agencia EFE
  • 18/03/2015 11h31
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(Atualiza com novos dados e número de feridos)

Túnis, 18 mar (EFE).- Pelo menos oito pessoas, um tunisiano e sete turistas estrangeiros, morreram nesta quarta-feira e outras 14 ficaram feridas em uma tentativa de ataque ao parlamento de Tunísia por supostos terroristas, informou o Ministério do Interior.

Testemunhas explicaram à Agência Efe que os atacantes saíram de uma mesquita localizada entre o edifício da Assembleia e o museu do Bardo e dispararam contra um ônibus de turistas antes de fazer vários reféns e se esconder em um jardim que compartilha muro com o museu.

“Pudemos ver quatro terroristas armados. Houve muitos disparos e agora estão no jardim, não conseguiram entrar no edifício”, explicou à Efe a deputada do partido islamita moderado An Nahda que se encontrava no interior do edifício e que, como a maioria dos parlamentares, foi evacuada.

A zona se encontra atualmente isolada, com soldados da Guarda Nacional e da Polícia local em posição de ataque, enquanto as ambulâncias começam a retirar os corpos e a atender os feridos.

“Há oito pessoas mortas. Um cidadão tunisiano e sete turistas de nacionalidades que, até o momento, não foram determinadas “, confirmou o porta-voz do Ministério do Interior, Mohamad Ali Aroui.

Agentes de Segurança nas proximidades do Bardo explicaram que um dos supostos agressores, um jovem estudante de 22 anos, foi detido pelas forças de Segurança e que o resto está rodeado em dependências que pertencem ao edifício da câmara.

Os fatos começaram no início da manhã quando três supostos jihadistas vestidos com uniformes militares trataram de atacar a sede do parlamento da Tunísia e, após um tiroteio, se refugiaram no vizinho museu do Bardo, onde fizeram vários reféns, segundo o relato das Forças de Segurança.

Agentes que faziam a segurança da câmara observaram que os três uniformizados não usavam armas regulamentares e, ao pedir que deixassem o local, começou um tiroteio durante o qual os supostos atacantes fugiram rumo ao museu, um dos mais importantes da Tunísia, segundo as fontes.

No momento da tentativa do ataque, havia várias comissões parlamentares reunidas, em particular a de Justiça, com o titular do Ministério à frente, informaram fontes parlamentares.

Todos os deputados e outras pessoas que se encontravam no interior do edifício foram evacuados a uma mesma sala, enquanto as Forças de Segurança e o Exército iniciaram o dispositivo de alerta máximo de luta contra o terrorismo.

A Tunísia foi palco nas últimas semanas de um aumento da atividade jihadista na região de Kaserine, na fronteira oeste com a Argélia, zona montanhosa que é utilizada como reduto dos radicais locais e também de outros procedentes do país vizinho e outros estados da zona como Mali, Marrocos e Mauritânia.

Desde 2012, dezenas de guardas nacionais tunisianos morreram ou ficaram feridos em combates ou por causa de atentados e emboscadas islamitas em Mont Chambi, palco em julho do pior ataque islamita sofrido pelas forças tunisianas, que deixou 15 mortos.

Em meados de fevereiro, quatro agentes da Guarda Nacional de Tunísia morreram em um ataque de supostos jihadistas na região de Kaserine, considerada um dos redutos de células radicais islâmicos afins ao grupo Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) e o braço norte-africano do Estado Islâmico (EI). EFE

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