Tribunal da Índia emite sentença a favor de ativista em greve de fome

  • Por Agencia EFE
  • 22/01/2015 15h50
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Nova Délhi, 22 jan (EFE) – Um tribunal da Índia determinou nesta quinta-feira que a ativista Irom Sharmila não pretende cometer suicídio pela greve de fome que mantém há 14 anos, por isso espera-se que ela seja liberada do hospital onde está detida, informou a imprensa local.

Um tribunal de Imphal, no nordeste da Índia, onde a ativista se encontra hospitalizada, rejeitou a acusação policial de tentativa de suicido contra Sharmila, que é mantida presa há cerca de 14 anos por sua greve de fome contra o governo indiano, segundo o canal de televisão “NDTV”.

A ativista protesta deste o ano 2000 para pedir o fim de uma lei que concede poderes especiais às Forças de Segurança em determinadas situações. Em agosto do ano passado foi emitida uma decisão judicial similar e ela foi liberada, mas pouco depois Sharmila voltou a ser presa sob a mesma acusação.

A organização Anistia Internacional, em comunicado, pediu “o fim do absurdo círculo de detenção ao qual a valente ativista está enfrentando há muito tempo”.

Sharmila, de 42 anos, foi detida novamente em agosto pela polícia por se negar a se submeter a um controle médico em Imphal, capital do estado de Manipur.

A tentativa de suicídio é um delito punido com um ano de prisão na Índia.

A “Dama de Ferro”, como é conhecida, iniciou seu jejum após o exército matar dez pessoas em uma parada de ônibus na cidade de Malom, em Manipur.

A ativista exige desde então a abolição da Lei de Faculdades Especiais das Forças Armadas (AFSPA), que permite “executar e torturar com impunidade”, segundo a Anistia Internacional.

A lei foi aprovada pelo parlamento indiano em 1958 para o nordeste do país para ajudar na luta contra grupos separatistas e foi aplicada em outras áreas conflituosas, como a Caxemira, no noroeste.

A polícia mantém a ativista viva ano após ano a alimentando com uma sonda, pois legalmente se pode manter um suspeito detido 364 dias por ano no país.

O jejum é utilizado frequentemente na Índia como forma de protesto político, como o liderado por Mahatma Gandhi contra o Império Britânico. EFE

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