Turquia só apoiará coalizão se medidas trouxerem paz, diz primeiro-ministro

  • Por Agencia EFE
  • 26/09/2014 13h37

Ancara, 26 set (EFE).- O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, afirmou nesta sexta-feira que a Turquia só apoiará as operações militares contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) se as medidas levassem estabilidade e paz a longo prazo à região.

“Se uma operação militar, com a perspectiva de paz definitiva, tiver o objetivo de levar estabilidade à região, daremos o nosso apoio. Mas se forem adotadas soluções temporárias com medidas que busquem satisfazer a opinião pública, vamos expressar abertamente nossa cautela sobre isso”, declarou.

Em reunião com dirigentes provinciais na capital Ancara, o primeiro-ministro ressaltou a ideia de que a Turquia só poderá continuar como um amparo de estabilidade regional se a paz for estabelecida entre seus vizinhos, incluindo Iraque e Síria, onde o EI proclamou um califado nos territórios sob seu domínio.

Davutoglu informou que, desde a sexta-feira da semana passada, chegaram à Turquia 160.335 refugiados curdos da Síria que fogem do avanço dos jihadistas. O primeiro-ministro destacou que esse número supera a “quantidade total de refugiados que entrou na Europa inteira ao longo dos três últimos anos”.

Em meio às tomadas de território, os jihadistas que assediam a cidade de Kobani, situada junto à fronteira com a Turquia, encontram grande resistência das milícias curdas.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, anunciou na terça-feira que a Turquia se integrou à coalizão internacional impulsionada pelos EUA contra o EI, e garantiu que os turcos estarão “na primeira linha” da aliança.

No entanto, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ainda não confirmou a adesão à coalizão, embora tenha parabenizado a aliança pelos bombardeios efetuados contra o Estado Islâmico na Síria.

Durante a estadia em Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU, Erdogan se limitou a afirmar que a Turquia estuda assumir um papel que inclui medidas “tanto militares como políticas”. EFE

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