Tymoshenko acredita que “ataque” a Crimeia é um perigo “para todo o mundo”

  • Por Agencia EFE
  • 04/03/2014 16h03

Berlim, 4 mar (EFE).- A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko considera que o “ataque” à península da Crimeia é um perigo “para a Europa e para todo o mundo”, conforme manifestou em entrevista publicada nesta terça-feira na revista alemã “Stern”.

“Se permitimos que a Rússia tome Crimeia, não será só a Ucrânia ameaçada, mas se tratará de um ataque contra todo o mundo democrático” acredita Tymoshenko, que foi libertada em 22 de fevereiro, após ter sido condenada em outubro de 2011 a sete anos de prisão acusada de abuso de poder durante seu mandato como chefe de governo.

Por este motivo, Tymoshenko exige que a comunidade internacional realize “passos rápido, fortes e decididos” em vez de iniciar “longas e inúteis negociações”.

A ex-primeira-ministra acusa à Rússia de pretender “voltar a conquistar Ucrânia através da força”, e criticou que o presidente russo, Vladimir Putin, trate de utilizar este país para “levantar um novo império”, um objetivo que, na sua opinião, não desistirá “enquanto o mundo permitir”.

Por isso, ela defende que não deve permitir que a Rússia “tome um só centímetro de solo ucraniano”.

Tymoshenko alude ao memorando que a Ucrânia assinou em 1994 em Budapeste e disse que em troca do desmantelamento das armas atômicas de seu território, Estados Unidos e Grã-Bretanha se comprometiam a apoiá-la militarmente se fosse atacada.

“O Ocidente deve satisfazer as garantias do memorando” expressa Tymoshenko, que avisou que Putin “só entende a linguagem da força”.

Ela acredita que a Ucrânia deve assinar o mais rápido possível um acordo de associação com a União Europeia, o qual representaria uma proteção adicional para este país do leste europeu.

“A Rússia não se atreveria a proceder de um modo tão agressivo contra a Ucrânia se nosso país tivesse relações mais estreitas com o Ocidente, por exemplo, com a Otan. Antes, a maioria dos ucranianos estava contra, mas isto mudou” incidiu Tymoshenko.

A política ucraniana opina que a segurança do deposto presidente, Viktor Yanukovich, que atualmente está refugiado na Rússia, pode não estar garantida se decidir voltar à Ucrânia.

“Não quero imaginar o que aconteceria se alguém com tanto sangue em suas mãos voltasse à Ucrânia. Por isso acho que não deveria se apresentar perante um tribunal ucraniano, mas perante o Tribunal Internacional de Haia”, acrescenta. EFE

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