UE estuda estender sanções econômicas à Rússia

  • Por Agencia EFE
  • 03/09/2014 11h57

Bruxelas, 3 set (EFE).- A União Europeia estuda aprofundar as sanções econômicas que já pesam sobre a Rússia desde julho por causa da intensificação da crise na Ucrânia e acrescentar como novidade a exclusão do país de eventos culturais, econômicos e esportivos internacionais, em plena confusão pelo anúncia de cessar-fogo.

“A medida de mais peso que será proposta pela Comissão Europeia (CE) será a extensão das restrições aos mercados de capitais”, assinalaram fontes comunitárias, que lembraram que a decisão final depende dos Estados-membros, que manterão reuniões em nível de embaixadores todos os dias desta semana até que na sexta-feira seja anunciada a decisão final.

“Mais companhias russas se veriam afetadas pelas restrições de acesso aos mercados de capitais (em julho esta medida se limitou aos grandes bancos estatais) e seria cortado o vencimento dos instrumentos financeiros que poderiam utilizar (agora de 90 dias)”, precisaram as mesmas fontes.

Entre as possíveis sanções também figura a proibição de determinados produtos financeiros, como os empréstimos sindicalizados, acrescentaram.

O Executivo comunitário contempla, por outro lado, dar mais um passo e ampliar os setores afetados pelas restrições mediante, por exemplo, a exclusão da Rússia dos “eventos culturais, econômicos e esportivos internacionais”, como a Copa do Mundo 2018.

As novas sanções também incluem ampliar a lista de produtos de uso dual -civil e militar- que estão proibidos de ser exportados para a Rússia, que é acusada pela Ucrânia e pelos países ocidentais de apoiar com tropas e armamento os separatistas pró-Rússia do leste ucraniano.

Os chefes de Estado e do governo da UE encarregaram no sábado passado a Comissão Europeia de propos novas sanções para a Rússia com vistas a aprová-las no prazo de uma semana em função da evolução da situação na Ucrânia.

Os líderes pediram expressamente à Comissão, segundo figura no texto de conclusões do encontro, que incluísse nas sanções “todas as pessoas e instituições que têm contato com os grupos separatistas em Donbass”, a região industrial do leste do Ucrânia na qual se concentram os separatistas pró-Rússia.

Kiev anunciou hoje um cessar-fogo permanente em Donbass que não foi confirmado por Moscou.

“Se este avanço for confirmado em palavras e no terreno, seria preciso ver se finalmente serão adotadas ou não as novas sanções, mas isto é uma decisão que depende dos vinte E oito”, apontaram as fontes consultadas.

As sanções adotadas pela UE contra a Rússia em julho já incluíam medidas para os setores econômicos, energéticos e de defesa.

A presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, pediu na cúpula de líderes do sábado um “embargo completo” sobre material militar à Rússia e a extensão das restrições aos contratos atualmente em vigor.

Este extremo não parece figurar entre as opções da Comissão porque nenhum outro país se pronunciou a favor desta medida, asseguraram as fontes.

Os vinte E oito decidirão nesta semana se aplicam todas ou parte das sanções propostas por Bruxelas e adotarão a decisão formalmente por procedimento escrito sem necessidade de convocar de novo os ministros europeus das Relações Exteriores, acrescentaram. EFE

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