Unasul se reunirá em setembro para abordar crise entre Colômbia e Venezuela
Bogotá, 28 ago (EFE).- A chanceler da Colômbia, María Ángela Holguín, anunciou nesta sexta-feira que a reunião de chanceleres da União de Nações Sul-americanas (Unasul) solicitada por seu país para tratar a crise fronteiriça com a Venezuela será realizada no dia 3 de setembro em Quito, no Equador.
“A reunião já foi confirmada para o dia 3 de setembro, em Quito”, sede do organismo, disse Holguín à imprensa no Palácio de San Carlos, sede do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse ontem que deu instruções a Holguín para que converse com seu embaixador em Caracas, Ricardo Lozano, e o encarregou de convocar uma reunião extraordinária de chanceleres da Unasul.
O objetivo do encontro é tratar o fechamento da principal passagem fronteiriça entre os dois países, ordenado por seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, com o argumento de combater o contrabando e supostos paramilitares.
A Colômbia também abordará nessa reunião a crise humanitária gerada pela deportação sumária de mais de mil colombianos que viviam no estado venezuelano de Táchira, o que gerou um êxodo em massa de pelo menos outros 4.000 que temiam ter o mesmo destino.
A posição da Unasul nesta crise foi amplamente criticada na Colômbia por diferentes setores que consideram que seu secretário-geral, o ex-presidente colombiano Ernesto Samper, não é imparcial, e sim favorável a Maduro.
Holguín também se referiu à declaração feita hoje por Maduro em Caracas, onde disse em ato público que está disposto a se reunir com Santos “onde ele quiser, quando quiser e como quiser”.
“O presidente Santos está atento ao momento em que o presidente Maduro quiser falar com ele”, disse Holguín, que ontem revelou a emissoras de rádio que o líder venezuelano não tinha respondido às ligações do colombiano para tratar a situação.
Colômbia e Venezuela compartilham uma fronteira de 2.219 quilômetros com três postos migratórios terrestres em Paraguachón (no estado de La Guajira), Cúcuta (Norte de Santander) e Arauca (Arauca), e um fluvial em Puerto Carreño (Vichada), e o restante são cruzamentos ilegais, muitos deles em regiões de mata.
Holguín lembrou que na reunião de quarta-feira em Cartagena, com a colega venezuelana, Delcy Rodríguez, foi acordado fortalecer a presença militar nessas passagens informais, tarefa que será iniciada pela Colômbia.
“Estamos reforçando com a polícia e o exército os 47 pontos ilegais”, disse Holguín. EFE
cms/vnm
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