Uribe afirma que governo não pode tentar abrir processo de paz com ELN

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 16h02

Bogotá, 8 mai (EFE).- O ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, afirmou nesta sexta-feira que o governo “não pode” continuar dialogando com o Exército de Libertação Nacional (ELN) para tentar abrir um processo de paz, depois que a Defensoria Pública acusou essa guerrilha de exibir a perna de um militar decepada pela explosão de uma mina.

“Nós pensamos que o governo da Colômbia não pode dialogar com aqueles cuja linguagem é mutilar os soldados da pátria e exibir as partes mutiladas de seus corpos”, disse Uribe na cidade de Pereira, capital do departamento de Risaralda, no centro do país.

Segundo denunciou a Defensoria Pública nesta quinta-feira, uma perna mutilada do cabo do exército Eduardo Alfonso Ávila Romero foi exibida “como troféu” por guerrilheiros do ELN em um colégio próximo ao parque infantil no qual os soldados estavam buscando minas no município de Convención, no departamento do Norte de Santander.

Para o ex-presidente e agora senador Uribe, estes fatos não são relativos ao conflito armado, mas “é um assunto entre o respeito ao país ou os maus-tratos ao país”.

Por este motivo se opôs a que se mantenham os diálogos exploratórios que o governo e o ELN mantêm desde janeiro de 2014 para iniciar um processo de paz similar ao que o Executivo desenvolve com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) desde novembro de 2012 em Havana.

“Dialogar com os que estão matando, mutilando os soldados, exibindo suas pernas, isso não é não é um assunto de paz, é um assunto de falta de respeito ao país”, afirmou Uribe, que questionou ainda que os guerrilheiros tenham autêntica vontade de buscar a paz.

O ex-presidente declarou que para iniciar negociações com o ELN o governo deve exigir a cessação de suas atividades ilegais, proposta que estendeu, como já fez em anteriores ocasiões, aos diálogos com as Farc.

O incidente com o cabo Ávila, que comoveu a opinião pública colombiana, despertou a rejeição unânime de todos os setores políticos e também do Judiciário do país.

Por estes fatos, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, ordenou hoje a intensificação das operações contra esse grupo armado.

Por sua vez, o ELN disse não ter “um comunicado oficial” de suas frentes no Norte de Santander que possam ser atribuídos à exibição da perna, algo que no entanto não negaram diretamente.

Além disso, advertiram que submeterão a julgamento revolucionário os guerrilheiros que cometam mau tratos ou humilhações contra o inimigo. EFE

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