Vai a 220 o número de reféns assírios sequestrados pelo EI, segundo ativistas
Beirute, 26 fev (EFE).- O número de reféns assírios sequestrados pelo grupo radical Estado Islâmico (EI) nos últimos três dias na província de Al Hasaka, no nordeste da Síria, subiu para 220 pessoas, entre elas mulheres e crianças, informou nesta quinta-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Os assírios, um grupo étnico cristão, foram raptados pelos jihadistas na periferia da população de Tal Tamr, em Al Hasaka, onde o EI tomou o controle de 11 povoados.
Segundo o OSDH, há informações não confirmadas que os sequestrados poderiam ter sido levados para a área de Jabal Abdelaziz, ao sudoeste de Tal Tamr.
Fontes assírias, citadas pelo OSDH, afirmaram que estão realizando negociações para libertar os reféns.
Um grande número de pessoas se deslocou de seus lares devido à presença dos extremistas nessa região e pelo menos duas igrejas foram queimadas pelo EI durante a última semana.
Na terça-feira, o OSDH reportou que pelo menos 90 civis assírios tinham sido sequestrados na segunda-feira pelo EI nas localidades de Tal Hurmuz e Tal Shamiram, mas algumas fontes assírias afirmaram que o número poderia ser superior a 100.
Al Hasaka é a província onde vivem a maioria dos assírios da Síria, um grupo étnico de maioria cristã que também está presente no Iraque e na Turquia.
Antes do início do conflito na Síria, em março de 2011, havia cerca de 200 mil assírios no país, mas agora restam apenas entre 15 mil e 20 mil.
Seu idioma, o assírio, é uma mistura de acádio, uma antiga língua da Mesopotâmia, e de aramaico, que também se usa na liturgia.
São cristãos e seguem às igrejas caldéia, siríaco-ortodoxa e a assíria do Leste.
O sequestro coincide com uma ofensiva das Unidades de Proteção do Povo Curdo – milícias curdo-sírias – para expulsar o EI das regiões ricas em petróleo e gás de Al Hasaka.
Os assírios vivem em cerca de 30 povoados na margem sul do rio Jabur, em Al Hasaka, enquanto os curdos habitam a margem norte. EFE
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