Vaticano investiga dois ex-dirigentes do Banco do Vaticano por desvio

Cidade do Vaticano, 6 dez (EFE).- A Justiça do Vaticano abriu uma investigação de dois ex-diretores do Instituto para Obras de Religião (IOR, conhecido como “banco do Vaticano”) por um desfalque em operações imobiliárias.

O porta-voz vaticano, Federico Lombardi anunciou neste sábado que a investigação foi aberta pelo “Promotor de Justiça do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano”.

A decisão tem a ver com um desvio em operações “sucedidas no período 2001-2008” e a investigação afeta também “um advogado por participação nos fatos”, detalhou Lombardi, que não identificou os envolvidos.

Já a imprensa italiana afirma que os investigados são o ex-presidente do IOR Angelo Caloia (que exerceu o cargo durante 20 anos, até 2009), e o ex-diretor do banco Lelio Scaletti, que deixou a instituição em 2007 após 12 anos no posto. O advogado investigado seria Grabriele Liuzzo.

“O problema foi apresentado à Magistratura do Estado da Cidade do Vaticano pela direção do IOR após operações de verificação interna iniciadas ano passado”, acrescentou Lombardi.

O porta-voz acrescentou que as contas dessas pessoas no IOR “foram bloqueadas a título cautelar há algumas semanas”.

O IOR confirmou que denunciou os investigados em uma iniciativa “que ressalta o compromisso com a transparência e a tolerância zero, inclusive no que se refere a assuntos de um passado mais distante”.

“Estamos muito satisfeitos que as autoridades vaticanas tomem uma ação decisiva”, declarou Jean-Baptiste Franssu, presidente da entidade desde 9 de julho, na nota de imprensa divulgada pelo IOR. EFE