Venezuela publica anúncio em jornal americano criticando sanções dos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 17/03/2015 14h12

Nova York, 17 mar (EFE).- A Venezuela publicou nesta terça-feira um anúncio no jornal “The New York Times” para pedir o fim das “ações hostis” do governo dos Estados Unidos contra o país, solicitando também a revogação do decreto que declara os venezuelanos como uma ameaça à segurança nacional americana.

“Nunca antes na história de nossas nações um presidente dos Estados Unidos tinha tentado governar os venezuelanos por decreto. É uma ordem tirânica e imperialista, que nos fazem voltar aos dias mais obscuros da relação entre os EUA, a América Latina e o Caribe”, afirmou o governo venezuelano no texto.

O anúncio de página inteira, em formato de carta dirigida ao povo americano e assinada pelo Ministério das Relações Exteriores do país, tinha como título “A Venezuela não é uma ameaça”.

Na carta, as autoridades venezuelanas classificam como “ação desproporcional” a decisão do presidente americano, Barack Obama, de declarar uma “emergência nacional” pelo “risco extraordinário” que a situação da Venezuela representa para os EUA.

O governo de Nicolás Maduro reiterou que essa medida “unilateral e agressiva” foi rejeitada de forma unânime pelos países latino-americanos, exigindo que Obama recue e revogue o decreto.

Além disso, Maduro pede que o governo americano “interrompa as ações hostis contra o povo venezuelano e a democracia” e “se retrate das declarações e ações difamatórias” contra funcionários do país.

A Venezuela se dirige na carta aos “irmãos e irmãs americanos” para chamar a atenção sobre a “agressão ilegal” cometida pelo governo dos EUA.

“Os princípios dos fundadores dos Estados Unidos são seguidos hoje com a mesma dignidade pelo povo de Simón Bolívar. Em nome de nosso mútuo apreço pela independência nacional, queremos que o governo do presidente Obama pense e retifique este perigoso precedente”, acrescentou, criticando também as sanções impostas por Obama a altos funcionários do governo da Venezuela.

“O presidente Obama, sem nenhuma autoridade para interferir em nossos assuntos internos, impôs unilateralmente um pacote de sanções contra funcionários venezuelanos com possíveis implicações de grande alcance, interferindo em nossa ordem constitucional e em nosso sistema de Justiça”, assinalou a carta. EFE

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