Venezuela vê caminho aberto para construir “nova fronteira” com a Colômbia

Cartagena (Colômbia), 26 ago (EFE).- A chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou nesta quarta-feira que, depois de se reunir com sua colega da Colômbia, María Ángela Holguín, foi aberta a passagem “para a busca de um caminho que permita construir uma nova fronteira” entre os países, sem contrabando nem atividades criminosas.

Em declaração à imprensa na cidade colombiana de Cartagena, Rodríguez afirmou que o presidente de seu país, Nicolás Maduro, “se viu obrigado” a fechar a fronteira com a Colômbia há uma semana e a decretar estado de exceção em cinco cidades limítrofes da região de Táchira.

Na quarta-feira passada à meia-noite, a fronteira entre ambos países foi fechada por ordem de Maduro e dois dias depois se decretou o estado de exceção que provocou uma crise humanitária com mais de 1.100 colombianos deportados e cerca de 2.000 que fugiram por atalhos.

“Vocês sabem que na Colômbia há uma produção grande de droga e os países vizinhos acabam sendo afetados”, comentou Rodríguez sobre uma das razões pelas quais Maduro tomou a decisão de fechar a fronteira comum.

A chanceler também ressaltou que seu país solicitou “a lista de paramilitares desmobilizados” depois dos acordos entre o governo colombiano e as Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) de 2006.

Com isso, esperam “estreitar o trabalho conjunto e a cooperação policial” entre ambos países para poder combater os grupos criminosos nascidos da desmobilização das AUC, consideradas por Maduro como responsáveis pela insegurança na região.

Rodríguez, que não fez nenhuma menção à situação humanitária na fronteira, afirmou ainda que há “um ataque contra a moeda nacional”, o bolívar, por meio do contrabando.

Além disso, disse que o contrabando de produtos da Venezuela, assim como de gasolina, afeta gravemente não só os venezuelanos, mas também os milhões de colombianos que vivem nesse país.

“Tivemos como irmãos um diálogo muito franco que deve encorajar nossos povos”, destacou a chanceler venezuelana. EFE

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