Vice-presidente dos EUA se desculpa com Turquia e Emirados Árabes

  • Por Agencia EFE
  • 06/10/2014 23h43

Washington, 6 out (EFE).- O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se desculpou com a Turquia e os Emirados Árabes Unidos pelos comentários que fez em uma conferência na semana passada, quando sugeriu que os aliados árabes dos Estados Unidos contribuíram para armar e financiar os terroristas na Síria.

A Casa Branca assinalou nesta segunda-feira que Biden esclareceu seus comentários em ligações telefônicas feitas neste fim de semana ao ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Abdulla Bin Zayed Al-Nahyan, e ao presidente da Turquia, Recep Tayipp Erdogan.

Biden tentou esclarecer no domingo a Nahyan “que as recentes declarações sobre os inícios do conflito da Síria não queriam dizer que os Emirados Árabes tenham facilitado ou apoiado o EI, a Al Qaeda ou outro grupo extremista na Síria”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

Earnest reconheceu os passos de Emirados Árabes na luta contra os extremistas e destacou sua participação nos ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico (EI) na Síria.

“Continuamos trabalhando em estreita parceria com os Emirados para cortar o financiamento do EI e para limitar o fluxo de combatentes estrangeiros a essa região”, disse o porta-voz, que assegurou que os Emirados Árabes “são fundamentais em todos estes esforços”.

Em discurso sobre política externa na Universidade de Harvard na semana passada, o vice-presidente assinalou que os aliados dos Estados Unidos na região foram o “maior problema” na luta contra o terrorismo na Síria.

Biden, que citou Turquia, Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes, indicou que os aliados regionais estavam tão centrados em acabar com o regime do presidente sírio Bashar al Assad que “investiram centenas de milhões de dólares e dezenas de milhares de armas em qualquer um que quisesse lutar” contra Assad.

O vice-presidente afirmou também que Erdogan tinha dado razão a ele, admitindo erros na hora de impedir a passagem de jihadistas do EI da Turquia para a Síria, o que foi negado pelo líder turco, que exigiu um pedido de desculpas.

Biden ligou para Erdogan no sábado para se desculpar por ter “mal-entendido” as opiniões do presidente turco em uma conversa privada entre eles, e expressou sua confiança no compromisso dos países da região na estratégia contra o EI.

“Não há dúvidas que a Turquia e outros países da região entendem a ameaça que o EI representa para a região e para esses países”, reiterou o porta-voz da Casa Branca. EFE

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