Yanukovich ainda é o presidente oficial da Ucrânia, diz deputado russo

  • Por Agencia EFE
  • 25/02/2014 15h23
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Kiev, 25 fev (EFE).- O presidente deposto Viktor Yanukovich ainda é o chefe de Estado oficial da Ucrânia, afirmou nesta terça-feira o deputado Leonid Slutski, presidente do comitê para Assuntos da Comunidade dos Estados Independentes da Duma – a Câmara dos Deputados da Rússia.

“Consideramos que Yanukovich continua sendo o legítimo presidente da Ucrânia”, disse Slutski, citado pela agência oficial russa “RIA Novosti”, durante uma visita a Simferopol, capital da península ucraniana da Criméia, de maioria russoparlante.

O deputado lembrou que Yanukovich nunca chegou a assinar a lei para a restituição da Constituição promulgada durante a Revolução Laranja de 2004 e, por isso, que “todas as decisões aprovadas pela Rada Suprema (Parlamento) costumam gerar grandes dúvidas”.

Além disso, o deputado ressaltou que a postura da Rússia consiste em chamar os líderes da oposição, agora no poder, para cumprir o acordo assinado com Yanukovich no dia 21 de fevereiro, quando representantes da União Europeia e do Kremlin estavam presentes como testemunhas.

“No entanto, não acho que vamos ser ouvidos”, reconheceu o deputado russo.

Em Criméia, no porto de Sebastopol, que acolhe uma base naval russa, dezenas de milhares de pessoas se reúnem diariamente com bandeiras russas para protestar contra as novas autoridades pró-europeias em Kiev.

Por conta deste fato, o ministro do Interior, Arsen Avakov, viajou ontem a Criméia, que passou a fazer parte da república soviética da Ucrânia em 1954, para tentar acalmar os ânimos entre a população russoparlante.

A Procuradoria Geral da Ucrânia iniciou hoje uma causa penal contra Yanukovich por assassinato em massa, uma acusação que é justificada pelo uso excessivo da força por parte dos policiais durante os violentos distúrbios da semana passada em Kiev.

As novas autoridades ucranianas estimam em mais de 100 as vítimas dos confrontos e em mais de 2 mil os feridos, dos quais mais de 500 seguem em estado grave.

Previamente, o Parlamento ucraniano pediu ao Tribunal Internacional de Haia processar Yanukovich e outras antigas autoridades por crimes contra humanidade.

O Ministério do Interior da Ucrânia ditou ontem uma ordem de busca e captura contra Yanukovich, que se encontra em paradeiro desconhecido desde a noite da sexta-feira, quando abandonou Kiev com destino à cidade de Kharkiv.

Neste fim de semana, a Rada Suprema nomeou Aleksandr Turchínov como presidente interino da Ucrânia. O até então chefe do Parlamento, cargo que seguirá sob sua responsabilidade, já se reuniu com a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Asthon, e com o subsecretário de Estado americano, William Burns. EFE

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