Antenas podem ajudar MPF a provar que Raupp recebeu propina

  • Por Jovem Pan
  • 09/03/2017 12h40 - Atualizado em 04/04/2017 16h30
Sala de comissões do Senado durante a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) que faz reunião deliberativa com 26 itens na pauta. À mesa, presidente eventual da CMA, senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Foto: Pedro França/Agência Senado Pedro França/Agência Senado Senador Valdir Raupp (PMDB)

A colunista Jovem Pan Vera Magalhães traz detalhes de como será a investigação do Ministério Público Federal sobre o senador Valdir Raupp (PMDB), réu no STF, por ter recebido R$ 500 mil da Queiroz Galvão e da Vital Engenharia. A Procuradoria entende que o valor, declarado à Justiça Eleitoral, é propina. Apesar de aceitar a denúncia, o Supremo Tribunal Federal ainda não avaliou o mérito da questão.

Para tentar provar que o dinheiro declarado de Raupp é de fato fruto de corrupção, procuradores fazem um cruzamento das antenas dos telefones celulares de Valdir Raupp e do lobista Fernando Baiano para precisar os momentos em que eles estiveram juntos.

A ideia é cotejar essas datas com as datas das transferências dos recursos oficiais. Também será investigado se os interesses da empreiteira foram de fato atendidos. Isso configuraria um ato de ofício do senador para tentar beneficiar a empreiteira em troca do recebimento de recursos.

Esse deve ser o caminho jurídico, com outros instrumentos, que os procuradores devem percorrer para produzir a prova em outros casos semelhantes.

A tese de que a doação original era propina disfarçada já estava sendo usada muito em Curitiba. Agora, é o primeiro caso concreto em que essa proposta do Ministério Público será analisado pelos ministros do Supremo.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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