Apelo ao STF é choro dos perdedores
O choro dos perdedores é patético.
Depois de derrotados pela opinião pública e pelo voto, deputados governistas prometem apelar ao Supremo contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição que reduz a maioridade penal em casos de crimes hediondos.
Alegam, os derrotados, que a manobra do presidente da Casa foi ilegal, um “golpe”.
Apesar do burburinho, Eduardo Cunha, está tranquilo. Sabe que representou a vontade de 87% da população brasileira, favoráveis à punição de menores criminosos. O líder da Câmara sabe que ao colocar o texto original da PEC em votação, agiu de acordo com o Regimento Interno da Câmara. Se algo deve ser contestado é a legislação interna, não seu executor.
Cunha não está sozinho e, sozinho, claro, não poderia ter aprovado a redução da maioridade penal.
Não foram um nem dois. Trezentos e vinte e três deputados votaram pela aprovação da PEC, uma reivindicação antiga da população que se recusa a acobertar, sob o manto da impunidade, bandidos de menor idade.
Apesar de contar com o apoio de quase noventa por cento da opinião pública, o caminho até a redução definitiva da maioridade penal não será fácil. Ainda precisa passar por segunda votação na Câmara, duas votações no Senado, e enfrentar o veto quase certo da presidente Dilma, que não quer a redução da maioridade penal.
Se a proposta vencer todas essas etapas e prosperar, os defensores da impunidade dos adolescentes deverão, finalmente, judicializar a questão.
Os governistas já prometeram recorrer ao Supremo alegando inconstitucionalidade da lei. Para eles, a maioridade aos 18 anos seria cláusula pétrea da Constituição, portanto imutável.
Não é bem assim que pensam pelo menos dois ministros do Supremo Tribunal Federal, o guardião da Constituição. Marco Aurélio Mello e Teori Zavaski não comungam da tese da imutabilidade da regra da maioridade penal.
A batalha contra a impunidade está só começando e parlamentares favoráveis à redução não podem esmorecer.
Por enquanto, o placar favorece os defensores da sociedade.
E aos defensores de infratores, que perderam a votação na Câmara, eu deixo um conselho:
Vão chorar na cama que é lugar quente.
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