Bocós defendem aparelhamento do Estado pelo PT; veja por quê

  • Por Jovem Pan
  • 09/06/2014 12h40
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Reinaldo, quer dizer que há gente tentando dar nó em pingo d´água, para defender o decreto autoritário de Dilma, o 8243, que impõe a participação dos ditos “movimentos sociais” na administração?

É, com o perdão da crueza, alguns bocós estão nessa. Assistindo a um debate sobre o assunto, vi um sujeito, conhecido como “tucano”, a considerar delirante a avaliação de que se trata de uma forma de aparelhamento do Estado pelo PT. Ainda bem que, no PSDB, ninguém dá bola pra ele, e o partido integra o grupo de dez legendas que pede regime de urgência para um Decreto Legislativo que susta o arroubo autoritário da presidente Dilma Rousseff. Outro, numa referência direta a meus comentários aqui, sustenta não ser verdade que a petista decidiu definir o que é sociedade civil.

Definiu sim, o link com a íntegra do decreto de Dilma está no meu blog e na página da Jovem Pan. O Inciso I do Parágrafo 2º define, sim, o que é sociedade civil, a saber: “o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”. Vale dizer: sociedade civil é tudo aquilo que o governo decidir que é sociedade civil. Se esse decreto prospera, na forma como está, a política brasileira será, definitivamente, refém de grupelhos ideológicos organizados ― a maioria deles subordinada ao PT, sempre destacando que os demais estão ligados a partidos de extrema esquerda.

Em defesa do decreto de Dilma, o deputado petista Alessandro Molon, do Rio, um dos queridinhos dos socialistas da Vieira Souto, com vista para o mar, confirmou, sem querer, que se trata, sim, de atrelar a administração pública a grupelhos de esquerda, disse ele:”Se os partidos de direita não têm inserção social, não tem base social, lamento, mas isso não podemos resolver”. Eis aí: é uma confissão. O que ele chama de “inserção social” é o aparelhamento, pelos esquerdistas, dos ditos movimentos sociais, que passam a ser manipulados por grupos que estão, na verdade, disputando o poder.

Pensemos na greve parcial do Metrô de São Paulo. Pergunto: o sr. Altino Prazeres, presidente do sindicato, está preocupado com os usuários do serviço ou, mesmo, vá lá, com a categoria que lidera? Uma ova! Quem dita as suas escolhas é um partido político, o PSTU; é uma ideologia: o socialismo. E o que dizer do MTST, o dito Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, liderado em São Paulo, pelo riquinho com complexo de culpa Guilherme Boulos? De onde deriva a legitimidade desse movimento para interferir nas políticas públicas de moradia? Ora, do mesmo lugar de onde se origina a legitimidade do MST para ser o dono da reforma agrária: de lugar nenhum! Eles são usurpadores da ordem democrática, que recorrem à truculência para impor a sua vontade.

De algum modo, o sr. Molon está certo: esse tipo de inserção social é, de fato, coisa típica das esquerdas porque só elas transformaram a má-fé e a mentira em categorias de pensamento e manipulam, de modo deliberado, as carências da população para fazer vingar uma ideologia. Ora, se o sr. João Pedro Stédile apenas quisesse que um homem tivesse o seu pedaço de terra, conseguido tal intento, o coitado poderia se livrar das garras do MST e tocar a sua vida normalmente. Mas não é assim que funciona. Se e quando obtiver o seu lote, será obrigado a prestar serviços para sempre ao movimento. Será seu escravo e terá de participar de novas invasões, sem direito de dizer “não”. Afinal, o MST é confessadamente socialista e quer acabar com a propriedade privada no campo. O mesmíssimo método é empregado pelo MTST na cidade de São Paulo.

O que o decreto de Dilma faz é, ao arrepio da Constituição, sim, entregar, formalmente, uma parcela do poder a essa gente. Tomo um Engov toda vez que alguém vem pra cima de mim com a cascata de que os ditos movimentos sociais são uma alternativa à chamada crise de representatividade. É mesmo, é? Quer dizer que resposta à tal crise está em substituir aquilo que é eleito por todo mundo, o Parlamento, por grupelhos que se autoproclamam representantes do povo e querem impor no berro à sociedade as suas prioridades ― ou, então, ameaçam derramar sangue, como fez o sr. Guilherme Boulos?

Para arrematar: foi abrindo a administração para os “movimentos sociais” ligados ao transporte público que o petismo entregou, em São Paulo, uma fatia desse serviço a cooperativas infiltradas ou controladas pelo PCC. No decreto de Dilma, nem a língua portuguesa presta. A lata é um erro grosseiro de gramática, no blog explico qual é.

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