Lula não tem vergonha e já se considera um candidato sem adversário em 2022

Petista e Bolsonaro somam uma legião acentuada de votos, mas dá a esperança do surgimento da chamada terceira via que, no entanto, não aparece, e tudo indica que não vai aparecer

  • Por Álvaro Alves de Faria
  • 03/11/2021 12h50 - Atualizado em 03/11/2021 13h35
Estadão Conteúdo Lula Lula vai viajar para a Europa no próximo dia 11 e deve se reunir com líderes políticos e autoridades

Luiz Inácio da Silva não tem nenhum constrangimento. Aliás, nunca teve. Já está agindo como se fosse o novo presidente da República. Não para de fazer articulação política, manobrando de todas as maneiras. Considera-se um candidato sem adversário em 2022. Se enfrentar Bolsonaro, garante que vai dar uma lavada. Lula e Bolsonaro somam uma legião acentuada de votos, mas dá a esperança do surgimento da chamada terceira via que, no entanto, não aparece. E tudo indica que não vai aparecer. Os que podem ter chance são o ex-juiz Sergio Moro, que pôs muitos corruptos na cadeia, e o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, agora filiado no PSD de Gilberto Kassab. Seja como for, o ex-presidiário por corrupção vai seguindo seu caminho, viajando pelo sertão, fazendo conchavos, prometendo cargos, aquelas coisas de sempre. E com a conversa de sempre.

Pois agora Luiz Inácio, já se considerando o novo presidente do país, vai reunir-se a partir do dia 11 próximo com autoridades e líderes políticos europeus, antecipando alianças e até negociações entre os países. Vai se reunir com lideranças políticas em Madri, Bruxelas, Paris e Berlim. Todo o programa de viagem foi preparado pelo ex-ministro das Relações Exteriores de Lula, Celso Amorim. Ficará 10 dias no exterior, discutindo seu programa de governo, já que se considera imbatível. Amorim adianta que Lula conversará com autoridades da União Europeia sobre vários assuntos, destacando-se a economia brasileira e, especialmente, o descaso com o meio ambiente no país. Será uma espécie de contraponto da desastrada participação do presidente Jair Bolsonaro no G20, quando preferiu passear e provocar tumultos pelas ruas de Roma em vez de acompanhar os trabalhos do encontro.

Uma participação pífia em que o presidente brasileiro foi isolado escancaradamente pelos líderes que lá estavam. Nas ruas de Roma, muita aglomeração e muitas brigas, jornalistas brasileiros apanhando de seguranças do presidente e de italianos. Com a arrogância de sempre, Lula também está interessado em adiantar às autoridades europeias as medidas que pretende tomar interna e externamente sobre vários problemas do Brasil. Para explicar a viagem de Lula, o ex-ministro Celso Amorim referiu-se à participação melancólica de Bolsonaro no G20, dizendo que o Brasil está sendo enterrado mundialmente. Amorim afirma ironicamente que Luiz Inácio vai viajar à Europa para dizer às autoridades que o Brasil ainda existe. Lula vai discutir também o desmatamento da Amazônia, aproveitando a ausência de Bolsonaro na COP26, em Glasgow, na Escócia.

Independentemente do G20 em Roma, Bolsonaro poderia comparecer ao encontro do meio ambiente em Glasgow, mas preferiu fugir. Fugiu mesmo. No fundo, ele nada teria a dizer lá, já que no Brasil o meio ambiente está destruído. Na verdade Lula está livre. Melhor dizendo, foi solto por manobras do Supremo Tribunal Federal que manda no país. E já se considera presidente da República. Logo estará fazendo comício em algum lugar, assumindo essa condição de chefe da nação. Quanto a Bolsonaro, é aquilo de sempre. Se o vexame não é aqui no Brasil, ele acontece fora do país. O personagem central é sempre ele. Bolsonaro é uma pessoa que não quer viver em paz. No fundo, ninguém mais está ligando para isso. Mas o Brasil não merece essas alucinações de todos os dias. E não merece ter de volta um salafrário como Lula que sempre escapa da Justiça. Pensando bem, que Justiça? Isso não existe por aqui. Os poderosos podem tudo e ponto final.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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