Moro já é ex-senador em Mogi, mas Valdemar ainda espera salvar Bolsonaro

O presidente do PL parece vir do futuro para anunciar que todas as condenações da operação serão anuladas e que, depois de Deltan, será a vez de Moro ser cassado; mas ainda tem esperanças de livrar Jair Bolsonaro da perda dos direitos políticos

  • Por Claudio Dantas
  • 07/06/2023 11h24 - Atualizado em 07/06/2023 12h06
Divulgação/PL Valdemar Costa Neto Valdemar Costa Neto é o presidente do Partido Liberal, que conquistou quase 100 cadeiras na Câmara dos Deputados

Valdemar Costa Neto tentou emendar o soneto de dias atrás e gravou um vídeo para dizer que “não tem nada contra” o agora ex-deputado Deltan Dallagnol e ao ainda senador Sergio Moro. Depois de dizer que ambos “vão pagar caro”, o cacique partidário afirmou que o Supremo anulou tudo o que os dois fizeram na Lava Jato. O presidente do PL parece vir do futuro para anunciar que todas as condenações da operação serão anuladas e que, depois de Deltan, será a vez de Moro ser cassado. “Eles estão pagando por causa do excesso, fizeram o que quiseram, exageraram”, explicou.

O político, porém, ainda tem esperanças de livrar Jair Bolsonaro da perda dos direitos políticos. “O que não pode é um erro justificar o outro. Como você vai condenar um presidente pelo que ele falou? Não é nada de corrupção, não é nada de ter cometido um erro numa lei”. Ironicamente, no mesmo vídeo o cacique do PL diz que não há “justificativa para exageros do Judiciário” e pede para a direita se unir, “para a gente atingir nossos objetivos”.

Valdemar afirma presidir “o maior partido de direita do Brasil” — vai ficar maior com as vagas de Deltan e Moro! — e que, apesar da idade, ainda acredita no futuro da Nação. Segundo ele, Bolsonaro “fez renascer a paixão do povo brasileiro pelo país, pela bandeira brasileira, pelo hino nacional”. O vídeo parece uma espécie de mensagem cifrada para que os patriotas voltem às ruas para pressionar o TSE, pois coincide com convocações feitas em grupos bolsonaristas para novas manifestações — embora Bolsonaro tenha dissuadido a direita a protestar contra a cassação de Deltan Dallagnol. “Se nós nos unirmos, vai ser um passeio em 2026,”

Ele conclui a gravação bastante otimista ao dizer que o PT saiu do “buraco” e voltou para a Presidência da República, ou seja, o PL pode repetir a trajetória. “Amanhã, vamos estar na Presidência. Vamos nos unir, caminhar juntos, para a gente atingir os nossos objetivos e vocês poderão sempre contar com o PL para isso e sempre poderão contar com o trabalho de seu presidente, mesmo fazendo as coisas que eu não gosto de fazer. Eu faço porque tenho que defender o nosso partido.” Não está claro o que Valdemar está fazendo contra sua vontade, mas parece certo que Deltan e Moro escolheram mal seus partidos.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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