Polícia Federal pede ao Supremo quebra de sigilo bancário de Janones por suspeita de rachadinha

Diligências concluídas até o momento “sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete”, diz PF

  • Por Claudio Dantas
  • 30/01/2024 18h29
Reprodução/ Instagram @andrejanones Andre Janones

O delegado Roberto Santos Costa encaminhou há pouco ao gabinete do ministro Luiz Fux pedido para o afastamento dos sigilos bancário e fiscal do deputado federal André Janones (Avante-MG), investigado por suspeita de rachadinha em seu gabinete. Na petição, obtida pela Jovem Pan News, o policial elenca diversas evidências para fundamentação, dentre elas o áudio apresentado pelo ex-assessor Cefas Luiz Paulino em que Janones solicita “o repasse de parte das remunerações auferidas pelos assessores indicados para ocupar cargos em comissão” sob alegação de que o dinheiro serviria para “recomposição de seu patrimônio, que teria sido dilapidado para custear as despesas da sua campanha eleitoral de 2016 para prefeito de Ituiutaba/MG”.

Há ainda matéria jornalística com acusação de outro ex-assessor, Fabrício Ferreira Oliveira, segundo o qual “a maioria dos que ganhava um salário alto repassava de volta parte do que recebeu” e que os assessores que trabalhavam no estado colocavam esse “dinheiro em espécie em um envelope e iam para Brasília”. O delegado também ouviu todos os ex-assessores presentes na reunião que foi gravada, confirmando as falas de Janones. Segundo ele, “as diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete” de Janones. “Nesse contexto, o afastamento do sigilo bancário e fiscal se torna um passo essencial, pois possibilita um exame minucioso das transações financeiras e dos bens que possam ter vínculos com as práticas ilíticas em questão.”

As investigações também confirmara que Janones se desfez de uma previdência privada de R$ 68 mil em 2016, corroborando sua própria fala. “São simplesmente algumas pessoas que eu confio e que participaram comigo em 2016, que eu acho que elas entendem que realmente o meu patrimônio foi todo dilapidado, eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 mil. Eu acho justo que essas pessoas também hoje participem comigo da reconstrução disso.” Por fim, o delegado destaca sua suspeita de envolvimento de assessores no esquema ilícito e pede a quebra também dos sigilos de seis funcionários.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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