Conheça Teroldego, uma casta pouco conhecida, mas com vinhos excelentes 

Teroldego é principalmente cultivada na Itália, mas também pode ser encontrada em outros países, como os Estados Unidos, Austrália e Brasil

  • Por Esper Chacur Filho
  • 20/10/2024 08h00 - Atualizado em 20/10/2024 19h31
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Esper Chacur Filho/Jovem Pan vinho esper Vinho é a bebida mais multifacetada que existe

O vinho é a bebida mais multifacetada que existe e isso se deve, muito, à extensa gama de castas que nos entregam esta bebida fantástica. Há muitas castas que não são tão populares quanto, por exemplo, a Merlot ou a Pinot Noir, mas que nos entregam vinhos excelentes. Um exemplo é a uva Teroldego, que é uma
variedade tinta originária do Trentino, no norte da Itália, especificamente na região de Piana Rotaliana, ao norte de Trento. Esta área é reconhecida como o berço dessa casta, que tem uma longa história na viticultura local. Seu nome provavelmente vem do termo “Tyroler Gold,” sugerindo que a uva foi trazida de áreas mais ao norte, possivelmente do Tirol. No entanto, hoje ela é considerada autóctone do Trentino.

A Teroldego é principalmente cultivada na Itália, mas também pode ser encontrada em outros países, como os Estados Unidos (Califórnia) e Austrália, onde viticultores exploram seu potencial. Na Itália, os vinhos mais famosos são rotulados como Teroldego Rotaliano DOC, uma denominação que remete à área onde a variedade é mais plantada e oferece as melhores expressões.

Os vinhos da Teroldego são conhecidos por sua cor profunda e vibrante, que varia de um rubi intenso a quase púrpura. Aromas típicos incluem frutas negras como amoras, cerejas escuras e ameixas, além de notas terrosas, de ervas e, por vezes, uma leve mineralidade. Com o envelhecimento, esses vinhos podem desenvolver nuances de especiarias e couro. Na boca, são vinhos de corpo médio a encorpado, com taninos estruturados, mas geralmente bem integrados, e acidez vivaz, que os tornam bastante refrescantes. Eles podem ser consumidos jovens, mostrando o lado frutado, ou envelhecidos, revelando maior
complexidade. São, geralmente, bem gastronômicos, sendo que, dependendo da vinificação, conseguem acompanhar, até, massas com molhos brancos, como um Raviolone ao Bechamel.

Sendo seu berço na Itália, vou sugerir alguns de lá, começando pelo Foradori Teroldego Rotaliano; um dos produtores mais renomados que cultiva a uva de forma biodinâmica. Os vinhos são elegantes, frescos e de alta qualidade. A Cantina Rotaliana di Mezzolombardo Teroldego Rotaliano Riserva é um clássico da
região, esse vinho mostra o caráter tradicional da casta, com sabores ricos de frutas e notas de especiarias. Já um exemplo mais moderno, com excelente equilíbrio entre a fruta madura e a estrutura tânica, ideal para envelhecimento, é o De Vescovi Ulzbach Teroldego Rotaliano DOC.

Porém, fora da Itália, esta uva vem sendo muito cultivada. No Brasil, a Teroldego é plantada, principalmente, na Serra Gaúcha e na Campanha Gaúcha, duas regiões importantes para a viticultura do país. Alguns exemplos de vinhos feitos com essa uva no Brasil incluem: o Casa Venturini Teroldego, que é produzido na Serra Gaúcha, esse vinho busca capturar a elegância e a estrutura típicas da casta, com notas de frutas vermelhas e especiarias. Outro que merece destaque é o Vinícola Salvattore Teroldego, vindo também da Serra Gaúcha e que oferece um perfil frutado com taninos firmes, mas equilibrados, ideal para acompanhar pratos mais encorpados. Por fim, sugiro que provem o excelente Michele Carraro 1875 – Teroldego – que tem uma acidez absoluta, sendo gastronômico a toda prova e equiparando-se, sem nenhum esforço, aos seus irmãos italianos. Estas descobertas são excelentes e é que possibilitam a formação do gosto individual
pelo vinho, que sempre vem carregado de história. Salut!!!

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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