Originária de Bordeaux, uva Petit Verdot cai no gosto da culinária rústica sul-americana

Churrasco gaúcho e tambaqui na brasa estão entre os pratos que harmonizam com os vinhos produzidos a partir desta casta francesa

  • Por Esper Chacur Filho
  • 16/10/2021 10h00
Pixabay Cacho de uva em primeiro plano em um vinhedo A casta Petit Verdot é usada especialmente em cortes com Cabernet Sauvignon e Merlot

A Petit Verdot tem, nos últimos três anos, despontado na América do Sul como uma casta que oferece varietais (vinho feito com um único tipo uva — ou praticamente só um) ao gosto de uma culinária mais rústica e com raízes campestres. Trata-se de uma uva tinta originária da região francesa de Bordeaux, sendo usada especialmente em cortes com Cabernet Sauvignon e Merlot (o célebre “corte bordalês”). Embora ela seja bastante difundida ao redor do mundo, não são muitas as regiões em que são encontrados vinhos varietais da Petit Verdot. Geralmente, eles possuem acidez muito alta e taninos bastante presentes — o que não é exatamente uma boa combinação, mas harmoniza bem com a culinária rústica da Argentina, do Uruguai e das regiões sul do Brasil e do Chile.

Além de Bordeuax, a Petit Verdot se desenvolve muito bem em Castilla-La-Mancha, na Espanha. Como essa variedade não tem grande afinidade com excesso de água, o clima quente e seco dessa região espanhola garante excelentes frutos. Insta destacar que é bem mais difícil encontrá-la em varietais do Velho Mundo. Essa casta é muito utilizada com o intuito de encorpar e dar mais estrutura aos vinhos (principalmente os de Bordeaux). Sendo assim, as bebidas que a têm em seu corte costumam apresentar bom corpo e cor intensa; são densas, fortes, com aromas de frutas negras maduras e toques florais, como de violeta. Ou seja, são vinhos de muita personalidade e potência.

Há varietais Petit Verdot no Velho Mundo (poucos), no Chile, na Argentina e por aqui. A Santa Carolina faz um Petit Verdot Selecion bem razoável lá no Chile. Da Argentina, temos o Carlos Basso Signature e o Brioso da Susana Balbo. No Velho Mundo, mais precisamente na Itália, encontramos um varietal da Sicília: o Franchetti, da Passopiaciaro.  Do Brasil, o Valmarino Petit Verdot e o Dom Cândido Vinho Tinto Autêntico Petit Verdot são bons exemplares. Se você for comer um bom churrasco gaúcho ou um tambaqui na brasa, o Petit Verdot refrescado é uma opção certeira para enfrentar as gorduras. Salut!

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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