Veja como beber e o que combina com o excelente vinho espanhol Jerez

Bebida é ideal para ser apreciada sozinha e, dependendo do tipo, pode acompanhar carnes brancas, chorizo, queijos de intensidade média, presuntos ibéricos e até um bom charuto

  • Por Esper Chacur Filho
  • 26/03/2021 17h07 - Atualizado em 26/03/2021 23h16
Esper Chacur Filho/Jovem Pan Adega armazena centenas de barris do vinho Jerez Vinho é produzido numa região homônima, chamada Jerez de La Frontera, e a uva típica mais usada é a Palomino

A Espanha produz um excelente vinho para ser bebido, digamos, sozinho: o Jerez. Sua produção ocorre numa região homônima, chamada Jerez de La Frontera, e a uva típica mais usada é a Palomino, seguida da Pedro Ximenez e da Moscatel. Para a fabricação, as uvas são esmagadas, o mosto é fermentado, em barris de aço inoxidável ou de cimento, e o vinho é fortificado pela adição da aguardente vínica. Após a adição da aguardente, a bebida é armazenada em barris por cerca de um ano ou dois. A partir daí, começa o processo de “solera”, quando o vinho passa por diversos cortes.

Durante o envelhecimento do xerez fino (como o Manzanilla), o barril é preenchido com apenas três quartos da capacidade. Uma camada, que aparenta espuma e é conhecida como flor, se desenvolve na superfície do vinho. Trata-se de um fungo que é responsável pelo sabor típico do fino xerez espanhol, uma vez que não pode ser reproduzido em outras regiões. A flor confere ao vinho um leve sabor de levedura. O famoso, pelo conto de Edgar A. Poe, Amontillado é um derivado do “fino”, ou seja, após os anos de passagem em barrica por estágio biológico, esse Jerez é envelhecido de forma oxidativa, em contato direto com o oxigênio. Isso proporciona um sabor menos fresco e lêvedo e gera um vinho mais estruturado, com aromas de castanhas, tabaco, ervas e carvalho. É excelente para degustar carnes brancas, chorizo, consommé, patês e queijos de intensidade média. E, ao meu ver, um grande companheiro para o charuto. 

O Jerez mais seco é um ótimo acompanhamento para embutidos e “fiambres”, como presuntos ibéricos ou alguma salumeria. Os doces, como o Pedro Ximenes, vão bem com sobremesas, especialmente chocolates. Algumas sugestões do mercado: entre os secos, o La Ina e o Tio Pepe são os mais tradicionais. Recomendo, também, o Fernando de Castilla e o El Maestro Sierra Jerez Fino. Dos adocicados, destaco o Cream Clássica Hidalgo e o Pedro Ximenes Barbadillo. Amontillado? O Tabanco. Todos devem ser servidos refrescados e estão disponíveis no Brasil. Salut!

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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