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Amanda Diaz revela desejo de ser facilitadora para ascensão da comunidade negra no mundo corporativo

Nossa Mulher Positiva é Amanda Diaz, mulher negra, mãe e diretora de Cultura da Keeggo. Amanda conta altos e baixos da carreira, revela seu desejo em ser facilitadora para ascensão da comunidade negra no meio corporativo e projeta o sonho de ser uma “peça positiva” nos ambientes em que está inserida: “Influenciando na criação de um clima propício para colaboração verdadeira onde as pessoas são vistas e ouvidas”, relata.

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1. Como começou a sua carreira? Cursei faculdade de psicologia na PUC-Rio e na época me imaginava integrando o mundo da psicologia clínica, não à toa, dedicava todo o meu tempo de estágio em ações voltadas a atendimento clínico. Cheguei a atuar em clínicas com foco em reabilitação de dependentes químicos de alcoolismo, assim como coordenar um grupo de apoio a adolescentes grávidas na Rocinha. Ao finalizar a faculdade, me vi em situação de vida pessoal em que queria ganhar independência financeira o quanto antes e surgiu uma oportunidade para trabalhar em uma consultoria de recrutamento e seleção. Eu diria que foi aí que minha carreira no mundo corporativo começou e fui instigada a pensar como usar os meus conhecimentos de psicologia para talento aquisition e posteriormente para um RH generalista.

Em seguida, senti necessidade de viver o outro lado da moeda e tive a oportunidade de migrar para uma empresa de tecnologia. Lá tive minha primeira experiência em cargo de gestão com desafio de estruturar um processo de avaliação de desempenho que se adaptasse a uma cultura ágil e de quebra participar de toda uma estruturação de RH que enfrentaria um processo de due diligence para venda da empresa para Accenture. Fechado esse ciclo, me aventurei e fui morar na Inglaterra onde trabalhei em mais uma empresa de tecnologia e pude aprender um pouco sobre cultura organizacional europeia. Após quase quatro anos, voltei ao Brasil e iniciei minha trajetória de diretora de cultura na keeggo.

2. Como é formatado o modelo de negócios da Keeggo? A keeggo é uma consultoria de tecnologia com 30 anos de história e ajudamos negócios a prosperarem na nova economia digital, através de processos ágeis e um time altamente especializado. Entendemos que enquanto empresa temos o compromisso social com a diversidade e inclusão, criando um ambiente em que todos podem agir em sua autenticidade sendo quem são. Estamos cada vez mais dedicados a formar times diversos que representam a nossa sociedade e que por isso, nos ajudarão a criar serviços e produtos cada vez mais inovadores e relevantes. Porém, somente a diversidade não basta. Atuamos junto aos nossos gestores para discutirmos constantemente sobre vieses inconscientes e como criar um ambiente de pertencimento para que o melhor de cada um possa transparecer. Não nos limitamos somente a nossa influência internamente, como também atuamos em nosso compromisso com a sociedade ao patrocinar iniciativas que dão oportunidades para grupos que foram historicamente minorizados.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Acredito que tive alguns momentos desafiadores na carreira, desde o momento da Covid-19, que tive que fazer diversas demissões em uma época de grande insegurança na sociedade, até a implementação de uma nova cultura e marca em uma empresa já madura para o mercado, que apesar de empolgante, também foi uma jornada de altos e baixos ao tentar entender a fórmula para mudança de comportamento empresarial.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Sou casada com um homem maravilhoso, tenho um filho de quatro anos, faço ponte aérea a cada duas semanas do Rio para São Paulo. Ter uma rede de apoio é o que me permite usufruir do melhor dos meus dois mundos. Meu marido entende a igualdade de responsabilidade que temos na criação de nosso filho e é meu maior incentivador. Brinco que às vezes ele incentiva além do esperado, me provocando para sair da zona de conforto. Procuramos nos planejar para ter algum equilíbrio na nossa rotina e também tenho sorte de ter nossos pais por perto que também estão muito dispostos a nos ajudar quando necessário, inclusive para nos dar um tempo livre quando precisamos. Eu diria que para minha carreira, procuro estar em contato com os assuntos de interesse para que continue me estimulando a crescer profissionalmente. Isso também exige organização junto a família para que todos entendam os meus objetivos profissionais.

5. Qual seu maior sonho? O que posso desejar para mim é que possa ser uma peça positiva nos ambientes em que estou inserida. Influenciando na criação de um clima propício para colaboração verdadeira onde as pessoas são vistas e ouvidas e que este ambiente possa retribuir através de criação de movimentos corporativos que devolvam à grupos minorizados aquilo que a história os privou através de projetos de ensino e aceleração de carreira.

6. Qual sua maior conquista? Ser uma mulher negra em posição de alta liderança aos 36 anos é uma grande conquista pelo que isso pode representar para outras meninas e mulheres negras que ainda estão iniciando a sua carreira. Sempre me emociona quando escuto de outras mulheres negras que o fato de eu estar nesta posição as inspira e traz motivação de que é possível sim estar em espaços de poder. Como citei como parte de meu sonho, ainda gostaria de conseguir abrir mais portas de forma concreta para comunidade negra, sendo facilitadora para ascensão de carreira de forma mais efetiva.

7. Livro, filme e mulher que admira? Dare to Lead, da Brené Brown. Não sou muito de filmes, mas um que sempre me divertiu foi Dirty Dancing pela trilha sonora fantástica. E a Oprah Winfrey.

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