Após perder emprego na pandemia, Karine Camuci virou especialista em recolocação: ‘De demitida, agora ajudo a empregar’

‘Sempre tive a certeza que empreender era o que eu queria, mas pesava ter que abrir mão de um salário relevante e de bons benefícios’, conta a criadora da consultoria Você Empregado

  • Por Fabi Saad
  • 12/10/2022 10h00
Cauã Stopiglia/Divulgação Mulher branca na faixa dos 30 anos usa camisa azul marinho em foto do torso para cima Karine Camuci criou o Você Empregado após estudar sobre recolocação profissional

Nossa Mulher Positiva é Karine Camuci, consultora de carreiras e fundadora da Você Empregado, consultoria especializada em recolocação profissional. Com uma carreira de dez anos em multinacionais do setor automotivo, Karine foi demitida em março de 2020, no começo da pandemia da Covid-19. Detalhe: nunca havia sido mandada embora antes. No mesmo dia, ela começou a procurar emprego, mas não sabia exatamente como nem por onde começar. Foi, então, que se viu obrigada a estudar para entender a lógica dos processos seletivos. Após três meses e oito seleções, Karine tinha três propostas de trabalho. “Pude escolher até em qual empresa queria trabalhar. E melhor: ganhando o mesmo salário de quando fui demitida”, conta. Durante o processo de recolocação profissional, ela percebeu que os conhecimentos adquiridos em sua jornada poderiam ajudar outras pessoas. “Comecei a prestar atendimento para quem estava procurando emprego, além de continuar estudando e aplicando tudo o que estava aprendendo. O boca a boca começou a crescer, assim como os atendimentos e a lista de clientes. Meu método estava testado e aprovado por várias pessoas. Foi então que decidi pedir demissão do novo emprego para focar 100% na Você Empregado. De demitida, agora ajudo a empregar.”

1. Como começou a sua carreira? Minha vida profissional começou bem cedo, por volta dos 10, 11 anos de idade. Na época, a minha mãe era manicure e, além de fazer unhas, sempre vendeu alguma coisa em paralelo, de produtos por catálogos a lingeries. Eu e a minha irmã crescemos nesse meio. Aos 15 anos, os meus pais adquiriram uma loja de produtos por R$ 1,99, na qual fui trabalhar em meio período. Com as idas para São Paulo, para comprar os produtos para a loja, comecei também a trazer lingeries para vender por conta própria. Passei a me dividir entre o comércio dos meus pais e a venda de lingeries até os 21 anos, quando surgiu a oportunidade de entrar como estagiária em uma multinacional do segmento de dispositivos médicos, onde começou a minha carreira corporativa.

2. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Na verdade, foram dois. O primeiro, quando fui demitida em março de 2020, bem no início da pandemia, sem saber ao certo o que iria acontecer, quanto tempo demoraria para me recolocar no mercado de trabalho e voltar a ter renda. Na época, pensei na perda do plano de saúde empresarial e também no plano de saúde dos meus pais, que eu pagava e que custavam o triplo do valor do meu. Eu tinha uma carreira de dez anos na área de compras de multinacionais do setor automotivo e nunca tinha sido demitida antes. O segundo momento difícil foi durante a tomada de decisão para me desligar de vez do mundo corporativo e passar a me dedicar 100% à Você Empregado, a minha consultoria especializada em recolocação profissional. Sempre tive a certeza que empreender era o que eu queria, mas, por outro lado, pesava ter que abrir mão de um salário relevante e de bons benefícios. Hoje está claro que foi a melhor decisão que tomei.

3. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Inserindo pequenos prazeres na minha rotina. Hoje, tenho clareza da necessidade de fazer coisas que me dão prazer, me energizam no dia a dia. Às vezes, dou uma bobeada e preencho demais a minha agenda, não programo momentos de descanso para fazer coisas que me restauram, e sinto que sai do controle. Amo fazer atividade física ao ar livre, pedalar principalmente. Sempre que possível, encaixo um almoço com as amigas.

4. Qual seu maior sonho? Conseguir proporcionar qualidade de vida para os meus pais e para a minha família. Viajar com eles, construir boas memórias, que virão por meio da liberdade financeira. Cheia de planos para escalar a minha empresa, ser instrumento de luz na vida das pessoas que cruzarem o meu caminho, para que elas também possam viver uma carreira de sucesso e felicidade.

5. Qual sua maior conquista? Minha maior conquista foi chegar na fase que vivo hoje: carreira evoluindo, empresa crescendo e os meus clientes tendo cada vez mais resultados. Tenho liberdade geográfica e de horários. Estou no meu melhor momento.

6. Livro, filme e mulher que admira. Livro: “A Coragem de Ser Imperfeito: Como Aceitar a Própria Vulnerabilidade, Vencer a Vergonha e Ousar Ser Quem Você É”, da Brené Brown. Filme: “Arremessando Alto”, com Adam Sandler. Mulher: a Lara Nesteruk. Quanto aprendizado tenho com essa mulher através das redes sociais. Ela é estratégica em tudo o que faz, de uma clareza absurda.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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