Com espírito empreendedor, Vanessa Rouvier fundou única marca especializada em scarpins do mundo

Além de vender produtos sob demanda e com edições limitadas, a Le Scarpin tem o propósito de dar voz às mulheres e incentivá-las a se conectarem ao seu poder

  • Por Fabi Saad
  • 28/04/2021 10h00
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Reprodução/Instagram/@vanessarouvier De cabelo castanho no ombro e camisa jeans, Vanessa Rouvier posa para uma fotografia A empreendedora Vanessa Rouvier é fundadora da marca de sapatos Le Scarpin

Nossa Mulher Positiva desta semana é Vanessa Rouvier, fundadora da única marca especializada em sapatos scarpins do mundo, a Le Scarpin. Empreendedora desde os 16 anos, quando morava em Toronto, Vanessa se vê como uma “apaixonada por tirar ideias do papel”. Segundo ela, além de vender produtos sob demanda e com edições limitadas, a Le Scarpin tem o propósito de dar voz às mulheres e incentivá-las a se conectarem ao seu poder, o que transformou a marca em uma comunidade de mulheres poderosas e protagonistas. Apesar dos obstáculos enfrentados até hoje, Vanessa acredita que o momento mais difícil de sua carreira ainda está por vir. “Penso isso porque ainda quero crescer muito, exportar e conquistar os pés de muitas mulheres pelo mundo, permitindo que elas exerçam suas multifacetas em cima de um salto de conforto excepcional”, afirma a empreendedora.

1. Como começou a sua carreira? Minha carreira como empreendedora começou cedo, aos 16 anos, quando vi minha primeira oportunidade de empreender exportando um produto do Canadá para o Brasil enquanto eu morava em Toronto. Dali em diante me tornei uma apaixonada por tirar ideias do papel e tive algumas oportunidades de fazer isso em diversas áreas. Porém, foi quando me mudei do Rio de Janeiro para Florianópolis que iniciei a minha jornada pela construção do negócio dos meus sonhos. Sempre fui apaixonada por moda, especialmente sapatos, tendências e, como uma boa aquariana, sempre quis lançar novidades, e foi essa paixão que me impulsionou a criar uma página no Instagram para pesquisar e buscar um modelo de negócios que fosse disruptivo no mercado de moda.

2.  Como é formatado o modelo de negócios da Le Scarpin? Meu laboratório para esse negócio foi a Shoes2Inspire, página nas redes sociais que falava sobre calçados. Depois da grande repercussão, e aproveitando a evolução do mercado digital, adotei uma postura de startup no mercado da moda. Estruturei a primeira operação no modelo de Mínimo Produto Viável (MVP). Os erros e acertos valiosos que um negócio artesanal podem gerar para a cadeia de fornecedores e distribuição foi a grande experiência e o grande salto que precisava para chegar no modelo de negócios atual em todos os sentidos. A Le Scarpin produz sob demanda, com edições limitadas, não gera estoque e desperdícios e, principalmente, prioriza suas clientes e seus artesãos. São 30 famílias que estão sob o guarda-chuva da marca se retroalimentando de cuidado, amor e lucro. Além disso, o meu incansável propósito de trazer transformação para a vida das mulheres fez com que a Le Scarpin extrapolasse a marca e se transformasse em uma comunidade de mulheres que querem se conectar com seu poder e se tornarem protagonistas dos seus passos.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Acredito que o momento mais difícil ainda está por vir. Penso isso porque ainda quero crescer muito, exportar e conquistar os pés de muitas mulheres pelo mundo, permitindo que elas exerçam suas multifacetas em cima de um salto de conforto excepcional. Mas, olhando para a minha caminhada até agora, posso dizer que o momento mais difícil foi quando decidi sair do Rio de Janeiro e me mudar para Florianópolis. Fiz isso já com 35 anos, com uma trajetória consolidada na minha cidade, um caminho aberto por muitos anos focando em realizar trabalho voluntário em prol do empreendedorismo jovem e depois como empreendedora assumindo posições estratégicas na ACRJ e na Cidade. Ter a coragem de fazer essa mudança, humildade de recomeçar do zero e me reinventar após um ano sabático cuidando da minha primeira filha e dessa reinvenção foi um momento muito desafiador. Comecei voltando ao mercado prestando consultorias e depois empreendendo novamente.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora.
A mulher ainda assume a vida familiar e dos filhos, portanto trabalhamos muito. Eu tenho certeza que eu não tenho esse equilíbrio todos os dias. Moro longe da minha família e da família do meu marido, tenho dois filhos pequenos, faço questão de cuidar da minha saúde física e mental, da vida conjugal e amo meu trabalho e, por isso, me dedico muito. É humanamente impossível dar conta de tudo todos os dias. Então eu sou muito organizada, tenho uma agenda, metas claras de curto prazo e conto com ajuda de uma babá. Mas o principal para ter esse equilíbrio, principalmente dentro de mim, é buscar não me cobrar ou me culpar, e saber que cada dia eu vou ser boa em uma ou duas áreas, e que no final eu sei que estou fazendo o meu melhor sempre.

5. Qual o seu maior sonho? Eu tenho vários sonhos. Em relação ao meu negócio, é conseguir impactar positivamente a vida de muitas pessoas através da Le Scarpin. Desejo que o meu sonho possa ser o de muitas outras pessoas e que, através da nossa cultura empresarial, possamos inspirar outras mulheres a empreender e mudar suas vidas. Além disso, espero que possamos inspirar outras marcas a desenvolver seus negócios com premissas corretas e justas. Outro sonho, que até hoje contei para poucas pessoas, é me tornar empreendedora Endeavor. Há muitos anos sou motivada, inspirada e simplesmente uma grande fã dessa instituição. Sonho isso desde 2005, quando abri a primeira loja orgânica do Brasil e, através do pioneirismo e vanguarda da minha iniciativa, tive a oportunidade de me aproximar da Endeavor e conhecer esse trabalho incrível que é feito mundo afora.

6. Qual a sua maior conquista? Minha maior conquista é a minha família. Sou muito grata por ter feito a escolha de formar uma família, mesmo escolhendo estudar muito, trabalhar muito e ter adiado o sonho da maternidade. Hoje sei que sem essa base não me sentiria plena, eles são meu porto seguro e meus maiores incentivadores.

7. Livro, filme e mulher que admira. Pergunta difícil. Teria uma lista de livros e filmes, mas vou ficar com “O Poder da Kabbalah”, de Yehuda Berg, e Sociedade dos Poetas Mortos. A mulher que eu mais admiro na vida é a minha mãe e que com certeza passei a admirar ainda mais após ter me tornado mãe também.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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