Craque no ciclismo e no marketing, Mayra Miranda nunca teve medo de ousar
Head de comunicação da Schutz foi pioneira no trabalho com influenciadores e no Instagram; ‘Temos muito a crescer e a conquistar ainda’, avisa
Nossa Mulher Positiva é Mayra Miranda, head de marketing e comunicação da Schutz e ciclista amadora. Mayra nos conta como iniciou sua carreira já sabendo onde chegaria. Hoje seu maior sonho é inspirar mulheres no mercado de trabalho. “E também construir uma família”, conta. Dedicada, ela estende o sucesso para a vida pessoal e faz bonito em cima das duas rodas. “Uma das minhas conquistas que mais me emocionou foi ter completado uma prova superdura de ciclismo. Foi uma prova na Itália em 2019, chamada Maratona das Dolomitas. Tive uma lesão dois meses antes da prova e me dediquei muito para melhorar e conseguir completá-la.”
1. Como começou a sua carreira? Eu sempre soube que queria seguir na área de marketing. Não sei exatamente como e quando eu comecei a me interessar, mas, quando fui prestar vestibular, já estava bem decidida do curso e da própria faculdade. E no primeiro ano do curso, já sabia também que gostaria de me especializar em branding em moda, especificamente no Instituto Marangoni, na Itália. Então, quando fui procurar estágio, fui bem focada em empresas de moda e varejo, e já entrei no mercado. Era estagiária da Triton, no Grupo Fórum, e foi uma experiência maravilhosa que aprendi muito. Deixei a empresa para ir para a Itália realizar meu sonho! Depois que retornei de Milão, já comecei a trabalhar em uma agência de comunicação focada em moda, e sempre passava na frente da recém inaugurada Schutz, na Oscar Freire, e falava: “Ainda vou trabalhar nessa marca”. E, menos de um ano depois, em 2010, já estava lá, fazendo parte do marketing. Ainda uma marca pequena, mas com um grande plano de expansão pela frente. Acredito que da mesma forma que a marca evoluiu e cresceu, eu fui crescendo junto. Ao todo já são quase 12 anos entre idas e vindas (tive alguns momentos, fora mas cá estou de volta há quase três anos). Trabalhar na Arezzo & CO é um privilégio, é uma grande escola que tenho o prazer de fazer parte. Hoje sou head do marketing da Schutz, com um time de 14 pessoas. Cuido do branding, da comunicação, do trade marketing, design gráfico, visual merchandising, relações públicas, treinamento de moda e marketing digital/performance.
2. Como é formatado o modelo de negócios da Schutz? É uma marca que tem 26 anos. Foi fundada pelo Alexandre Birman e hoje faz parte do grupo Arezzo. É a marca fashion do grupo e que sempre busca a inovação! Tenho muito orgulho em dizer que fomos os primeiros a trabalhar com influenciadores (blogueiras, na época), a primeira marca a usar o Instagram como meio de comunicação… Estamos em constante busca em levar para nossa cliente o que chamamos de “Efeito Schutz” – ela se sentir feliz, poderosa, com a autoestima lá em cima e, acima de tudo, feliz. Nosso ideal de marca é “Elevate Yourself”, que traduz o sentimento que toda mulher tem ao usar um Schutz. Sendo bem simplista, é aquele famoso “up no look” que um sapato incrível é capaz de proporcionar. A Schutz tem 86 lojas físicas, entre franquias e lojas próprias. Tem presença forte em mais de mil multimarcas pelo país, um e-commerce case de sucesso e, por fim, está presente em três lojas próprias nos Estados Unidos e nas principais department stores do país. E o melhor? Temos muito a crescer e conquistar ainda!
3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Não sei se a palavra seria difícil, mas sim o momento mais desafiador: foram os primeiros meses da pandemia. Pegar o que planejamos, jogar fora, começar do zero e ainda com toda a insegurança e incerteza que esse momento trouxe. Com certeza, foi um momento que coloquei à prova minha capacidade de me adaptar e também de liderança. E hoje, mesmo ainda estando em pandemia, estamos colhendo frutos de uma atuação impecável da companhia: muito crescimento, time engajado e, principalmente, entregando produtos maravilhosos para nossas consumidoras.
4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Eu já tive muita dificuldade nesse equilíbrio, principalmente no começo da minha carreira. Acredito que exemplo é tudo e atualmente tenho uma líder que é referência em liderança, extremamente competente e que equilibra perfeitamente a vida pessoal e a corporativa. Então, me espelho nela e vejo que é sim, é possível, principalmente vivendo um dia de cada vez. Vão ter dias que a balança vai pender para um lado ou para outro, mas o importante é perceber e, no dia seguinte, “corrigir” o que ficou faltando. E espero que eu consiga dar esse mesmo exemplo para o meu time e pessoas que eu encontrar durante minha carreira.
5. Qual seu maior sonho? Nossa, é uma pergunta muito difícil! Mas acredito que seja construir uma família linda, me tornar referência na minha área e inspirar muitas mulheres e profissionais a conquistarem o que sonham!
6. Qual sua maior conquista? Acho que poderia listar umas dez conquistas, mas escolhi três que são mais recentes e fazem parte da minha vida hoje. Pessoalmente, uma das que mais me emocionou foi ter completado uma prova superdura de ciclismo. Foi uma prova na Itália em 2019, chamada Maratona das Dolomitas. Tive uma lesão dois meses antes da prova e me dediquei muito para melhorar e conseguir completá-la. No fim, foram mais de 6 horas em cima da bicicleta, 106 km e 6 montanhas, fechando um ciclo de quase um ano de muito treino. Foi um esporte recente na minha vida, cruzar a linha de chegada foi muito especial. Profissionalmente, me orgulho muito do time que construí. Voltei para a Schutz em 2019 para reestruturar a área e hoje vejo que junto com meu time, conseguimos criar uma equipe coesa, que trabalha junto e olha para o mesmo objetivo. E, por fim, agora em novembro, fui promovida a gerente executiva de marketing OMNI e assumi novos desafios que serão muito importantes para minha carreira!
7. Livro, filme e mulher que admira. Livro: pergunta difícil, mas um livro que eu sempre gosto de reler é o “Um Dia” – e tem uma passagem dele que uso como “mantra”: “Viver o dia como se fosse último – esse era o conselho convencional, mas, na verdade, quem tinha energia pra isso? E se chovesse ou você estivesse de bom humor? Simplesmente não era prático. Era bem melhor tentar ser boa, corajosa, audaciosa e se esforçar para fazer a diferença. Não exatamente mudar o mundo, mas um pouquinho ao redor. Seguir em frente, com paixão e uma máquina de escrever e trabalhar duro em… Alguma coisa. Mudar a vida atrás da arte, talvez. Alegrar os amigos, permanecer fiel aos próprios princípios, viver com paixão, bem e plenamente. Experimentar coisas novas. Amar e ser amado”. Outro que li recentemente e que recomendo muito é “Acho Que Você Deva Conversar com Alguém”. Filme: “Cinema Paradiso. Mulher: Michelle Obama.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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