Daniele Matos conta como concilia carreira no mundo corporativo e trabalhos voluntários

Mentora e Business Partner de RH diz trabalhar das 9h às 24h e afirma que ter sido demitida no início da carreira foi o momento mais difícil, mas que isso ampliou sua visão de mundo

  • Por Fabi Saad
  • 09/12/2020 11h23
Divulgação Daniele Matos ganhou prêmio de Jovem Talento de RH 2020

Daniele Matos, mentora e Business Partner de RH e premiada como Jovem Talento de RH 2020, compartilha um pouco da sua trajetória como profissional multicarreira de RH e como gerencia de forma feliz a sua rotina intensa e empreendedora. Matos também conta que ter sido demitida em um dos seus primeiros empregos deu a ela uma outra visão de mundo. A mentora diz que, graças a isso, sua carreira cresceu muito e ela se tornou bem-sucedida, tida como referência em RH. Além disso, Matos revela que trabalha quase 100% do tempo disponível, mas sempre reserva um tempo para curtir a família e descansar.

1. Como começou a sua carreira? Eu comecei a trabalhar aos 16 anos. Fui me consultar no dentista e descobri que tinha uma vaga de estágio para atuar como secretária, me candidatei na hora. Meu pai ficou preocupado porque eu estava cursando o Ensino Médio, mas me comprometi a não descuidar dos estudos, pois eu queria muito ter meu próprio dinheiro. Na época, ganhava 300 reais e meu pai me fazia guardar 1/3 do valor. Depois de alguns anos, iniciei a faculdade de administração, sendo que fui bolsista 100% do primeiro ciclo do ProUni, e consegui um estágio em RH em um indústria renomada em Sorocaba. Dois meses depois do início do trabalho, passei num concurso público da Caixa, onde eu ganharia bem mais. No entanto, entendi que queria seguir carreira no mundo corporativo e teria uma trajetória muito mais “promissora” e “desafiadora” do que no banco.

Em fevereiro de 2009, veio a crise e eu fui desligada dessa indústria. Naquele momento, parecia que o mundo tinha acabado. Fiquei 6 meses desempregada. Mas há males que vêm para bem, o antigo emprego e um relacionamento tóxico que eu tinha na época foram as vaquinhas que eu joguei no precipício. Logo me recoloquei em uma consultoria em São Paulo, morava em Sorocaba e ficava mais de 4 horas no trânsito por dia, e foi melhor coisa que aconteceu. Foi o primeiro passo para a minha carreira de sucesso hoje, cresci demais e foi o que me abriu portas para atuar em grandes empresas, assumindo rapidamente meu primeiro cargo de liderança em 2012.

2. Como é formatado o modelo de negócios do RHLovers e mentoria de RH? Eu me considero hoje uma profissional multicarreira, nunca limitei minha atuação apenas ao mundo corporativo. Há mais de 8 anos eu faço muitas coisas voluntárias fora do horário comercial: lidero grupos de RH, dou palestras e treinamentos, e faço mentoria de profissionais da área. Agora em 2020 eu decidi que queria me profissionalizar para fazer disso um trabalho mesmo e conseguir ampliar o meu impacto na sociedade. Abri oficialmente a RHLovers, minha escola e mentoria de RH, e concilio a minha vida CLT com a rotina empreendedora, o que não é fácil, mas é muito gratificante. Minha escola atua com mentorias e cursos para profissionais de RH que querem alcançar um posicionamento mais estratégico dentro das organizações. Esse ano já tive 5 turmas de mentorias em grupos, por onde passaram mais de 180 alunos, totalmente de forma orgânica e espontânea. Para 2021 estou me profissionalizando ainda mais, investindo e trazendo pessoas para me ajudar e fazer o negócio crescer, e vou impactar ainda mais pessoas, que mais do que crescerem nas organizações, saem transformadas e empoderadas dos encontros comigo. Pretendo levar essa rotina “dupla” ainda por um tempo, pois entendo que há ciclos em andamento e tenho (sempre) muito o que aprender e me desenvolver.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Acho que foi lá no começo, quando fui desligada e fiquei 6 meses desempregada. Era muito jovem e imatura, sofria demais, tinha baixa autoestima. Apenas anos depois que fui entender que aquilo foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida (se ainda estivesse naquela indústria, talvez tivesse crescido pouco, assim como profissionais que atuavam comigo naquela época e ficaram limitados na organização). Ser mandada embora naquele momento ampliou minha visão de mundo, trouxe vários aprendizados e me tornou a profissional que sou hoje.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Me sinto equilibrando os pratinhos o tempo todo, resgatando quando alguns estão quase no chão mas não caem. Não é fácil e eu me cobro demais. Durante a semana trabalho quase 100% do tempo disponível (das 9h às 24h), mas tento reservar sexta à noite, pelo menos, para curtir meu marido, tomar um vinho, ver um filme. É o tempo de qualidade que reservo para nós. Fim de semana procuro dormir bastante, para descansar da semana, mas são momentos em que tenho mais tempo para me dedicar ao meu negócio na parte “criativa” e me divido entre compromissos da família e tempo para mim. Minha vida é uma loucura, mas sou muito feliz com tudo que venho construindo e sei que esse investimento de tempo e energia agora me trarão mais tempo e liberdade no futuro, especialmente nos próximos anos, quando pretendo me tornar mãe.

5. Qual seu maior sonho? Ter o meu negócio reconhecido como uma referência de melhor escola de RH do Brasil, que empodere e transforme a atuação dos profissionais de RH para mudarem o mundo e as organizações a partir do seu trabalho. Quero ter minha liberdade financeira para não ter que me preocupar com renda, e poder fazer quantos trabalhos voluntários forem necessários para ajudar as pessoas através da minha experiência. E, por último, quero ser mãe e construir uma linda família, com tempo de qualidade para dedicar a eles e a mim.

6. Qual sua maior conquista? Ter sido indicada 3 vezes pela comunidade de RH ao prêmio Top of Mind RH como a profissional mais lembrada do Brasil na categoria de Jovem Talento de RH. É muito gratificante. Levei o prêmio final para casa em 2017 e em 2020, e não tem nada mais incrível que você ser reconhecida como referência e inspiração para muita gente. Isso só me estimula a ajudar ainda mais as pessoas e compartilhar mais e mais minha experiência!

7. Livro, filme e mulher que admira.

  • Filme: O Diabo veste Prada
  • Livro: HR Disrupted e Liderança Adaptágil
  • Mulher que admira: Alinne Aguiar, minha ex-chefe e mentora da vida inteira, minha inspiração de mulher, mãe e executiva de RH, e Michelle Obama

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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