Roseli Siqueira exalta cosméticos naturais como os principais aliados da saúde

Cosmetóloga e esteticista critica o uso de muita química na pele, como a toxina botulínica e o antioxidante DMAE, e mostra como uniu a estética e a psicologia na sua carreira

  • Por Fabi Saad
  • 02/12/2020 09h17 - Atualizado em 03/12/2020 10h25
Divulgação Roseli Siqueira é cosmetóloga e esteticista

Roseli Siqueira é cosmetóloga e esteticista e, em entrevista à coluna, ela conta sobre todo o processo de construção da carreira, que a transformou em uma das profissionais mais inovadoras e requisitadas do país, defensora da beleza natural. Percebeu logo cedo, com Dr. Jaime Rubin, que era o ‘papa da cosmiatria’, que determinados produtos poderiam agredir a pele das pessoas. Por isso, segundo ela, suas clientes não usam química: “Trabalhamos com uma linha natural que vai ajudar as células a se regenerarem e a trazer vida e saúde”, pontua. Além disso, a cosmetóloga afirma que o momento mais difícil da sua carreira foi com o surgimento da toxina botulínica: “Toda vez que você usa, está paralisando o rosto”.

1. Como começou a sua carreira? Eu comecei a minha carreira com 14 anos, no salão de beleza da minha mãe. Fiz uma divisão com uma cortina e coloquei uma cadeira de estética. Atendi as minhas primeiras clientes. Já comprava as máscaras naturais, como as de abacate, e lembro que eram da marca Helena Rubinstein. Gostava muito do que eu fazia, então comecei cuidando das peles assim, e por incrível que pareça, tinha muitas clientes. Com 15 anos, participei do primeiro congresso de estética, lá no Rio de Janeiro, o que me ajudou a entender melhor esse universo. E junto com o trabalho eu ainda estudava, uma escola estadual chamada Ascendino Reis, no Tatuapé. Era super puxado, precisava estudar e ler muito. Um dos livros que me marcou foi Dom Casmurro, e como eu fiz estética ligada à psicologia, a parte que fala sobre os ciúmes é incrível. Na época não existia curso de estética, mas na associação de cabeleireiros tinha uma parte de estética, eles davam aula uma vez por semana, o que foi bem bacana. E eu comecei a estudar parapsicologia junto. A professora falava que era muito importante ter essa ligação da psicologia com a estética, pois nós precisamos entender o cliente, saber orientar, conduzir o equilíbrio da pessoa.

Eu consegui acompanhar o curso e associar com o colégio. A minha professora achava que eu não iria conseguir, pois eu era muito nova, mas acabou dando super certo, inclusive fui a melhor aluna e estudei muito, foi maravilhoso. Consegui aprender sobre as células, a sua resistência, o perigo dos cosméticos com muita química, isso há 50 anos. Eu terminei o meu colegial e fui fazer artes plásticas, desenhava os rostos das pessoas no ônibus no trajeto que demorava cerca de 2 horas para voltar para casa. Desenhava, estudava, fazia tudo no ônibus (risos). O que é mais engraçado, na faculdade desenhávamos o nu ao vivo, então isso me influenciou muito no estudo do corpo humano, me interessei muito por fisiologia, músculo, e o facial, que me encantou. Eu comecei a perceber, andando pelos corredores da faculdade, uma escultura gigantesca, e desenhei essa escultura. Como já fazia massagem facial, pensei “se uma escultura fica para o resto da vida moldada, por que não moldar o rosto?” Quando uma cliente vinha na clínica fazer massagem facial, ela falava: “Roseli, quando eu não venho aqui, eu sinto que o meu rosto cai, eu preciso vir aqui todo mês.” Então, todo mês eu tinha clientes que vinham até a clínica para moldar o rosto.

Quando eu completei 18 anos, surgiu a massagem esplendorosa, e eu percebi uma grande diferença. Comecei a frequentar congressos, dar palestras, apresentava cursos. Com 23 anos, fui para a Argentina estudar Cosmetologia, onde aprendi muito. Acabei representando uma linha de cosméticos chamada Zine, e trabalhei 12 anos com essa marca, fui representante no Brasil, dava palestras em congressos falando da marca. Trabalhei com o Dr. Jaime Rubin, que era o papa da cosmiatria, um homem muito importante, que me ajudou muito e me ensinou muito. Eu comecei a entender toda a fisiologia, todas as células, naturalmente, graças a ele, que me orientou muito. Quando fui para os Estados Unidos, me encantei com a química. Então, cheguei na Argentina e falei para ele: “o senhor tem que fazer um produto com ácido glicólico, retinoico, despigmentante, vitamina C, vitamina ácida para a pele…”,

Ele me respondeu: “Olha, você não está entendendo nada. Isso desgasta, estica e não traz saúde para as células. Elas começam a envelhecer mais rápido depois de um trabalho invasivo a nível celular. Então você rejuvenesce agora e um mês depois já vem como efeito rebote, você envelhece mais rápido e aumenta os radicais livres.” E eu entendi perfeitamente. Logo, parti para a minha linha de cosméticos naturais, porque depois de ter esses ensinamentos de respeito pelas células vivas, eu percebi que no mundo que ninguém respeitava nada, só muito comércio. Criei os meus cosméticos alinhados com a minha filosofia de vida. Eu tenho o meu químico, o Leonardo Hendel, que está comigo há mais de 30 anos, nós fazemos o cosmético para respeitar a saúde e a vida da pele. Nossas clientes não usam químicas na pele, trabalhamos com uma linha natural que vai ajudar as células a se regenerarem e a trazer vida e saúde. Sigo essa proposta e há mais de 20 anos resolvi usar tudo que é fitoterápico, plantas, ervas e frutas.

2. Como é formatado o modelo de negócios do Centro Estética Integrada Roseli Siqueira ? A pessoa vem aqui na clínica, normalmente eu faço uma avaliação, oriento o tratamento, que é baseado na bioenergética, no realinhamento harmônico, com aparelho de foto indução biológica, o FIB, que não é invasivo, é a base de troca eletromagnética. A pessoa relaxa, isso melhora a musculatura, a vida das células, e vai recompondo a saúde, por meio das linhas do meridiano. Uso esse aparelho há mais de 20 anos.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? O momento mais difícil foi quando entrou a toxina botulínica. Eu fiquei horrorizada, não só pelo meu negócio. Muito pelo contrário, eu fiquei triste, pois aquilo ia estragar a pele de muita gente. Estou na área de estética, que eu amo, já fiz curso no mundo inteiro, várias vezes em grandes laboratórios, como o da Givenchy e, naquele momento, por ironia do destino, a firma que eu trabalhei durante 12 anos se vendeu para uma multinacional especialista na produção da toxina botulínica. Eu vi tudo, como ia funcionar o botox, eu participei das reuniões… antes de sair desse emprego, consegui dar uma palestra falando sobre como melhorar as rugas com automassagem, respiração e concentração. Como hoje faço nos meus cursos. Essa palestra foi maravilhosa e consegui sair em veículos de comunicação, como a revista Cláudia. Foi muito legal. Por toda a minha experiência, tinha consciência que não era uma coisa boa, era uma coisa de comércio, para as pessoas se deslumbrarem e no futuro piorarem, pois toda vez que você usa uma toxina botulínica, você está paralisando o rosto.

Imagina eu, que estudei com o Dien Cham, um especialista da reflexoterapia vietnamita e que criou os métodos Nhuan Le Quang, ouvir sobre metodologia de estimular o rosto como reflexologia para interagir com os órgãos internos e, de repente, vem uma droga que paralisa? Eu fui super contra, fiquei horrorizada, sabia que isso prejudicar no futuro as pessoas, mas enfim, isso foi uma coisa que me chocou muito e eu sabia que no futuro as pessoas iam entender o meu trabalho. E as multinacionais vieram com o marketing poderoso induzindo as pessoas para se submeterem ao procedimento e investiram muito, saiu em várias revistas. E eu sempre com a minha filosofia sobre ginástica facial e automassagem, continuei. Sabia que ia passar por uma fase muito difícil. Logo depois, surgiu uma outra droga que dava paralisia no rosto: o DMAE. Eu também fiquei horrorizada, pois quando utilizada por mais de seis meses pode dar atrofia epidérmica, comprometimento sério na oxigenação das células, então a pessoa fica bonita na hora, se continuar, ela corre o risco de envelhecer mais e de enfraquecer a pele. Fui super contra na época, e eu lembro que aqui no Brasil todas as receitas e os dermatologistas tinham o DMAE.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa – empreendedora? Não é brincadeira, é difícil. Eu tenho uma família, tenho três filhos. É muito difícil cuidar do marido e dos filhos. Quando você pergunta para ele, a resposta é: “Você come, bebe e vive a estética”. Então, graças a Deus, ele sempre gostou muito de mim e me respeitou profissionalmente. Quando eu falava que precisava ir para a China pesquisar alguma técnica nova, ele me apoiava, inclusive com a parte financeira. Gastei muito com curso técnico no exterior, e ele sempre me apoiou. Foi uma luta a minha vida e a busca no que tem de melhor na área de beleza natural, então foram investimentos altos. Hoje, eu me sinto realizada. Se eu não tivesse feito esses investimentos no passado, eu não teria essa consciência que eu tenho hoje, então valeu a pena.

5. Qual seu maior sonho? O meu maior sonho é a cosmiatria hospitalar. Por exemplo, a pessoa chegou no hospital, ela está com problema de pele, como alergia ou até manchas. Ela vai para a ala de cosmiatria. É atendida, vai fazer uma massagem, uma hidratação na pele ou uma desintoxicação, enfim, é maravilhoso. Esse seria meu sonho. No Brasil, teria que ter um estudo específico, que seria na área médica de cosmiatria ou uma especialização em cosmetologia. Você toma consciência da cosmetologia e os efeitos de aumentar a resistência da pele, que foi exatamente o que eu estudei, então seria o meu sonho.

6. Qual a maior conquista? Além da criação da massagem esplendorosa, trabalhamos com o cosmético biotecnológico, importamos da Alemanha as células-tronco da maçã, pois age naturalmente e vai reforçar a vitalidade das células germinativas. Nossas clientes usam todos os dias o fitoplâncton, uma alga totalmente natural, responsável pelo oxigênio do planeta, que vai agir a nível celular, não tão profundo quanto o Pomme de Beauté, mas a alga vai ajudar a melhorar os oligoelementos das células. Muitas vezes falta algum oligoelemento no local que tem pintas, manchas e flacidez, é como se fosse uma ortomolecular para as células, e além do mais, ele alivia o sensorial, que corresponde hoje a 90% dos problemas de pele. O sensorial deixa a pele desgastada, então nós aliviamos com o fitoplâncton. E, dessa forma, melhoramos as rugas, flacidez e manchas. E o cosmético vem para ajudar a saúde da pele, com uma proposta para melhorar a vitalidade celular e regenerar as células.

Eu também criei a máscara de chocolate, que marcou uma nova era da beleza, que é a neurocosmética: sensação de prazer e bem-estar. Você faz um procedimento de beleza que alivia os seus nervos e o seu estresse, você se recompõe energeticamente. E fortalece. Por exemplo: nós temos que fabricar o nosso filtro solar para ir para o corpo sem usar nenhum produto químico. Por isso, as minhas clientes usam a Máscara Sapajjo’s, a base de abóbora, que melhora o caroteno da pele, e consequentemente, melhora as células e os melanócitos, o que vai produzir o filtro solar natural. Eu indico também os óleos naturais. No Brasil, as pessoas têm um pouco de receio de usar óleo, porque dizem que frita a pele quando vai para o sol, o que é mentira. Antigamente as pessoas usavam muito óleo sintético, e esse sim frita a pele. O óleo natural não, ele recupera os lipídios e a película protetora. Quanto mais hidratada, mais resistente.

7. Livro, filme e mulher que admira. Os livros que gosto são “Penso e acontece: O poder de transformar as suas ideias em realidade”, “Metafísica da Saúde”, “A Senhora de Avalon” e “O Universo Holográfico”. Já o filme que escolho é “Mulher Gato (Catwoman)”, que tem como enredo a vingança de uma funcionária de uma empresa de cosméticos, cujo novo produto adia o envelhecimento da pele, mas pode causar a morte das usuárias. A mulher que admiro é minha mãe Zilda Siqueira. Mulher batalhadora, sempre me ensinou e me apoiou. Gosto muito também de Joana D´arc pela história, persistência e força.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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