De trainee a diretora, Daniela Mignani fala sobre desafios: ‘Única saída é a travessia’

Há anos no campo da comunicação, ela revela que uma de suas maiores conquistas é trabalhar com conteúdos que provocam reflexão e transformação

  • Por Fabi Saad
  • 16/06/2021 10h00
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Elisa Mendes Mulher loira olhando para a câmera com o braço pousado na cintura. Ela usa blusa preta com detalhes amarelos e listrados na manga e está em um corredor. Daniela é Diretora de Unidade de Canais Globo (GNT, Viva, MAIS GSAT) e gestora de negócios na GloboNews

Nossa Mulher Positiva desta semana é Daniela Mignani, que trabalha no campo da comunicação há anos. Ela nos conta como iniciou sua carreira, passando de trainee no Banco Nacional a Diretora de Unidade de Canais Globo (GNT, Viva, MAIS GSAT) e gestora de negócios na Globonews. Daniela também é mentora Top2You, membro do Mulheres no Comando, mentora na Angel US e conselheira da Wicci. Apesar de ter passado por momentos difíceis na sua carreira, ela afirma que a única saída possível “é a travessia”. “Sou muito crítica, e dói quando me deparo com meus erros, minhas fraquezas e minha mediocridade. Mas a única saída é a travessia”, afirma.

1. Como começou a sua carreira? Comecei nos famosos programas de trainee. Apliquei para alguns e passei em dois, e escolhi o Banco Nacional. Foi um alicerce muito importante para a minha jornada profissional, pois me trouxe um aprofundamento fundamental com os números, além de eu ter tido um tutor, um engenheiro do ITA, que tinha um computador na cabeça. Aprendi muito. Ao fim do programa, me direcionei para uma área de produto onde business plan, P&L (Profit and Loss Statement), ROI (Return On Investment) faziam parte do cotidiano. E esse aprendizado me acompanhou em todos os desafios que enfrentei.

2. Como é formatado o modelo de negócios dos Canais PayTV da Globo? É dividida por Unidades de Negócio de Entretenimento, Infantil, Esportes, Variedades e News. No meu caso (GNT, Viva, MAIS na tela e a parte de negócios Globonews), que administra as disciplinas que compõem os canais – programação linear e não linear, produção de conteúdo, marketing, digital e produto comercial. No fim do dia, temos os resultados de margem, audiência e custos para entregar. No entanto, há muito tempo o nosso negócio deixou de ser de canais lineares para desenvolvermos marcas distribuídas em várias plataformas e em vários formatos.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Foram muitos e continuo a enfrentá-los. São muitos episódios, mas todos eles tem relação comigo duvidar de quem eu sou, desacreditar da minha capacidade, e da minha falta de equilíbrio emocional em deixar a situação me dominar e me afetar por completo. Além disso, sou muito crítica, e dói quando me deparo com meus erros, minhas fraquezas e minha mediocridade. Mas a única saída é a travessia.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa? Não consigo tanto assim. Deixo um monte de pendências e desejos pra trás. Mas com 30 anos consecutivos de trabalho, em alguma dimensão, tem uma disciplina que me acompanha, pois foram muitas realizações pessoais e profissionais. Minha filha tem 25 anos e vira e mexe ela relembra algumas ausências da mãe, em passagens na sua infância. A gente dá risada, somos amigas, criamos laços fortes por tantas boas razões das duas partes, mas me abala um pouquinho, sabia?

5. Qual seu maior sonho? Outro dia eu estava ouvindo um podcast americano e um dos assuntos era a morte de Bernard Madoff. Um dos apresentadores falou dele de uma forma que me fez refletir profundamente: “Que ele havia falhado como ser humano.” Claro que o caso dele está numa ponta extrema, mas achei interessante a perspectiva. Chegar na reta final da vida sem ter falhado como ser humano é realmente uma grandeza. Não falo de erros, quedas e retornos. Isso faz parte da nossa evolução. O merecimento de “descansar em paz” é uma busca diária de fazermos o bem.

6. Qual sua maior conquista? Para além da família, amigos, parceiras e parceiros profissionais que sem os quais seria impossível trilhar essa jornada pessoal e profissional, tenho o privilégio de trabalhar com a pauta positiva da sociedade, levando a muitas audiências, junto com um time extraordinário, conteúdos que provocaram e provocam reflexão, e que contribuem para a transformação. Acredito ser uma baita conquista.

7. Livro, filme e mulher que admira. Sou uma leitora voraz. Esta aí uma dificuldade! Gosto muito de biografias e vou escolher uma que adorei: “O Sári Vermelho”, de Javier Moro, uma história verídica romanceada sobre a trajetória da Sonia Gandhi. Em filmes, “Central do Brasil”, de Walter Salles, é uma obra-prima do nosso país. Em relação a mulher que admiro, a Luiza Trajano é uma brasileira imensa por muitos motivos. O movimento Unidos pela Vacina é extraordinário. O que ela vem mobilizando de recursos humanos e financeiros para ajudar o país é mais que admirável.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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