Doula e estudante de psicanálise, Pupilla Lait conquistou prêmio em primeira empresa que fundou

Junto com o marido, ela gerencia a Papillon Lait, que atualmente tem como foco a proteção ao meio ambiente e a sustentabilidade

  • Por Fabi Saad
  • 29/09/2021 10h00
Divulgação Mulher sentada em uma cadeira com a mão segurando o queixo. Usa óculos escuros, camisa branca e calça preta e o cenário é uma espécie de quarto, com penduricalhos, um móvel azul atrás e paredes amarelas Pupilla Daniela Lait tem 35 anos, é doula, estudante de psicanálise e pedagogia, casada e mãe de três filhos

Nossa Mulher Positiva desta semana é Pupilla Daniela Lait, 35 anos, doula, estudante de psicanálise e pedagogia, casada e mãe de três filhos. Com suas ideias empreendedoras, ela conquistou junto com o marido em seu primeiro empreendimento o Prêmio Empresa do Ano com Padrão de Qualidade Internacional, Ambiental, de Produtos e Serviços, em 2015. Ela nos conta como iniciou sua carreira, e diz que seu maior aprendizado é saber se adaptar à forma como as situações acontecem em nossas vidas. Em 2018, por exemplo, ela teve um problema de saúde que quase tirou a sua vida e que a fez perder os movimentos dos braços e parar em uma cadeira de rodas. “Foi um período de recomeço em todos os sentidos. Os médicos diziam ser um quadro irreversível, e cheguei a ouvir que tinha pouco tempo de vida. Porém, transformei todo o meu sofrimento em resiliência, força e superação e aplico muito tudo isso nos desafios do mundo empreendedor”, afirma.

1 – Como começou a sua carreira? Meu primeiro emprego foi no escritório de advocacia do meu pai, onde ele me ensinou tudo sobre o meio jurídico. Eu ajudava a organizar os arquivos processuais, fazia atendimento telefônico, o acompanhava no Fórum e também ajudava a protocolar processos, além de outras funções. Minha mãe era Oficial de Justiça da Vara da Infância e da Juventude de Campinas, então eu cresci neste meio jurídico, em reuniões, assembleias e até eleições da OAB com os meus pais. Com 23 anos, fui chamada por uma olheira para trabalhar como modelo em São Paulo e, ainda grávida, fiz alguns trabalhos para a coluna Revista Crescer, entre outros. No entanto, pausei por causa de um problema de saúde da minha mãe, e também para me dedicar à maternidade. No mundo materno aprimorei meu amor em estudar toda a parte do desenvolvimento infantil, neurológico e emocional da criança. Me tornei doula em 2017, estendendo meus conhecimentos para a psicanálise e a pedagogia. Descobri meu lado empreendedor quando meu marido decidiu sair do trabalho em que ficou anos, e resolvemos fundar o nosso próprio negócio. Ele me convidou para ser sua sócia. Na hora me assustei com a ideia, mas aceitei e logo descobri o meu lado empreendedor e o meu tino comercial. Começamos com uma empresa de atividades de aventura focada na implantação e operação de tirolesas, arvorismo, rapel, trekking, montanhismo, etc, e montamos também um e-commerce para vendas de EPIs para trabalho em altura NR-35, ambos com o melhor atendimento e qualidade em produtos no mercado do Brasil. Por isso, ganhamos o Prêmio Empresa do Ano com Padrão de Qualidade Internacional, Ambiental, de Produtos e Serviços.

2. Como é formatado o modelo de negócios da Papillon Lait? A Papillon Lait é formatada em dois modelos de negócios: B2B, um sistema que possibilita ampliar os mercados nacionais e internacionais porque conecta fornecedores à empresas de diversos portes e segmentos, e B2C, baseado na relação comercial de compra e venda de produtos ou serviços entre empresas e consumidores. Atualmente, o Grupo Papillon Lait está focado no meio ambiente e na sustentabilidade, pois o futuro do nosso planeta é muito importante para todos nós, inclusive nossos filhos. Para isso, usamos a nossa unidade de negócios de Energia Solar Fotovoltaica, na qual estamos negociando alguns projetos com a finalidade de levar energia limpa às favelas, Unidades de Pronto Atendimento (Upas), escolas, etc. Hoje no Brasil, segundo a Aneel, 67% da energia elétrica é gerada a partir da água e 62,48% da potência instalada vêm de usinas movidas pela força dos rios. Porém, a crise hídrica é um alerta, além de tudo o que tem acontecido em nosso planeta. Colaboramos para que todos possam ter uma diminuição nos gastos da energia elétrica e que, acima de tudo, possam também ter acesso a fontes de energia limpa, renovável e sustentável. É nosso dever cuidar do planeta e é nossa responsabilidade adotar atitudes mais sustentáveis.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Em 2018, quando tínhamos alguns contratos fechados para o fornecimento de equipamentos para trabalho em altura para algumas obras de grandes incorporadoras e, por causa da crise, tivemos algumas quebras, causando uma queda muito grande nas receitas. Foi um momento de incertezas, de águas agitadas. Junto a tudo isso, tive um problema de saúde que quase me tirou a vida — uma alergia grave que me fez ter diversas internações na UTI. Para me salvar, os médicos precisaram dar doses elevadas de corticóides, me fazendo perder os movimentos dos braços e parar na cadeira de rodas. Foi um período de recomeço em todos os sentidos. Os médicos diziam ser um quadro irreversível, e cheguei a ouvir que tinha pouco tempo de vida. Porém, transformei todo o meu sofrimento em resiliência, força e superação e aplico muito tudo isso nos desafios do mundo empreendedor. Momentos difíceis nos lapidam em muitos aspectos e em todos os sentidos.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Para ser sincera, não saberia equilibrar tudo isso se não houvesse um apoio, uma cooperação. Eu tenho a sorte de ter um marido consciente, somos sócios, pai e mãe, e tentamos ser para nossos filhos o que nossos pais foram (ou não) para nós. Cooperação e apoio: estas palavras têm um poder tão grande na vida das pessoas, são elas que decodificam a verdadeira solidariedade aplicada em nossas vidas. Quem é mãe sabe das nossas responsabilidades diárias, são vidas que dependem de você e, muitas vezes, você não tem quem possa ajudar com a casa e acaba ficando sobrecarregada. Nessa hora um apoio é fundamental e muito necessário, senão a gente “pira”. É fundamental ter uma pessoa para nos apoiar, principalmente em momentos de águas agitadas.

5. Qual seu maior sonho? Levar Energia Solar Fotovoltaica para o máximo de pessoas que pudermos na empresa e colaborar com os nossos projetos para um futuro melhor para o planeta. Também sonho que as pessoas possam atingir um nível de consciência e compreensão sobre tudo o que tem acontecido no meio ambiente, e que possamos urgentemente tomar atitudes para melhorar esta situação crítica. Eu estou realmente muito preocupada, e é impressionante pensar que o ser humano, com um potencial tão vasto e uma capacidade imensa, deixou o planeta chegar ao ponto que nós chegamos por pura ganância.

6. Qual sua maior conquista? Tenho duas maiores conquistas (depois de ser mãe): ter voltado a andar e ter conquistado o Prêmio Empresa do Ano com Padrão de Qualidade Internacional, Ambiental, de Produtos e Serviços.

7. Livro e filme que gosta e indica: Livro é “Nunca Desista dos Seus Sonhos”, do Augusto Cury. Li este livro cinco vezes e me ajudou a ter uma resiliência imensa em momentos perturbadores da minha vida. Filme: “I Am – Você tem o poder de mudar o mundo”. É um documentário reflexivo, o cineasta Tom Shadyac conversa com filósofos e líderes espirituais sobre as aflições do mundo e como transformá-lo em um lugar melhor.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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