Kuki Bailly transformou comunidade do Facebook em empresa que divulga mais de 300 mil empreendedores
Chamada pela designer de ‘incubadora de pequenos negócios’, a Dotsy surgiu na rede social há seis anos: ‘Um modelo de impacto social, que faz inclusão digital e financeira de artesãos’
Nossa Mulher Positiva desta semana é Kuki Bailly. Nascida em São Paulo, formada em design pela Escola Superior de Artes Gráficas e pós-graduada na Escola de Comunicação Visual, ambas em Paris, ela nos conta como se tornou empreendedora social no segmento “tech for good”, conceito em que a tecnologia é utilizada como meio para obter e escalar impacto positivo na sociedade. Essa é a proposta da Dotsy, modelo de negócio que nasceu como uma rede virtual no Facebook, em 2015, expandiu-se e hoje permite que mais de 300 mil pequenos empreendedores e artesãos exponham seus trabalhos. “Eu sempre acreditei que negócios podem e devem resolver problemas sociais ou ambientais e, sim, devem ser rentáveis”, afirma Kuki. “Meu maior sonho é fechar este ciclo e ver minha empresa firme e forte, com uma governança que a mantenha pura em essência e que ganhe grande escala para que o impacto seja ainda maior, dando liberdade, dignidade e qualidade de vida para milhões de profissionais autônomos.”
1. Como começou a sua carreira? Minha carreira começou como diretora de arte em agências de design e propaganda na França e, depois, no Brasil.
2. Como é formatado o seu modelo de negócios? Meu negócio hoje é de impacto social, que faz inclusão financeira e digital de pequenos empreendedores e artesãos. Nasceu como uma comunidade virtual (Rede Dotsy), em 2015. Hoje somos mais de 300 mil (crescendo todos os dias). Somos uma gigantesca incubadora de pequenos negócios, gerando renda para milhares de famílias. Temos nosso próprio site: www.dotsy.com.br.
3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Quando percebi que não fazia mais sentido para mim trabalhar sem um propósito maior, sem algum tipo de contribuição para a sociedade. Me senti vazia e perdida. O processo de “despertar” aconteceu há mais de dez anos, quando minha filha nasceu e, junto com ela, nasciam os modelos de negócio chamados “2.5”. Negócios de “valor compartilhado” ainda eram embrionários, ainda existia uma grande fronteira entre negócios rentáveis e ONGs — ou “for profit” (com fins lucrativos) e “non profit” (sem fins lucrativos). Eu sempre acreditei que negócios podem e devem resolver problemas sociais ou ambientais e, sim, devem ser rentáveis. Só assim podem crescer e impactar ainda mais gente. Demorou bastante tempo para essa nova categoria brotar, e ainda é muito rudimentar no Brasil, os fundos de investimento de impacto estão na idade da pedra. Mas chegaremos lá!
4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Ela é uma só. Basta se organizar e priorizar. Nunca foi um problema pra mim.
5. Qual seu maior sonho? Meu maior sonho é fechar este ciclo e ver minha empresa firme e forte, com uma governança que a mantenha pura em essência e que ganhe grande escala para que o impacto seja ainda maior, dando liberdade, dignidade e qualidade de vida para milhões de profissionais autônomos. Que não dependam apenas de corporações para serem felizes e sustentarem seus filhos. Que possam mostrar ao mundo seus talentos e se realizarem.
6. Qual sua maior conquista? Chegar até aqui feliz, realizada, mãe solteira orgulhosa com uma filha linda de 11 anos. Ter começado o meu negócio com quase 50 anos e receber milhares de depoimentos emocionantes de pessoas que tiveram suas vidas transformadas com nossa ajuda. As conquistas deles são as minhas, todos os dias.
7. Livro, filme e mulher que admira. Livro: “Um Curso em Milagres”. Filme: “Beleza Oculta”. Mulher que admiro: Ruth Bader Ginsburg, Amelia Earhart e Brené Brown.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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