Lindalia Junqueira explica por que conquistou o título de ‘melhor aceleradora de startups do Brasil’

Criadora do Hacking.Rio Academy foi primeira brasileira escolhida por centro de pesquisa da Nasa, é vidrada em inovação, sonha com fazenda de algas marinhas e deseja aprender a pilotar um avião

  • Por Fabi Saad
  • 19/10/2022 10h00
Divulgação Mulher de óculos e cabelos pretos olha para cima e ri Lindalia Junqueira foi a primeira brasileira escolhida pela Singularity University no Centro de Pesquisa Ames, da Nasa

Nossa Mulher Positiva é Lindalia Junqueira, primeira brasileira escolhida pela Singularity University no Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, embaixadora oficial no Brasil do Global Women in Tech e CEO do Hacking.Rio, maior maratona de programação da América Latina. Lindalia nos conta como iniciou sua carreira e como tem sido mudar a vida de outras pessoas através da educação e da tecnologia. “Fui executiva de grandes empresas como Shell, Nacional Seguros e J.Macedo. Virei empreendedora, criei minha rede de restaurantes orientais e voltei para o mercado como consultora de inovação, responsável por criar o primeiro programa de “open innovation” no Brasil, na Rede Globo. Em 2014, criei a primeira pré-aceleradora de startups do Brasil. Fui eleita, pela Abstartups, a ‘melhor aceleradora do Brasil’, em 2015″, contou. “Sempre focada em inovação, educação, empreendedorismo, em ajudar a desenvolver ecossistemas locais e gerar oportunidades para todos.”

1. Como começou a sua carreira? Filha de imigrantes portugueses, muito pobre, comecei a estudar em escola pública no Rio com o sonho de ser professora e astronauta. Aos 15 anos, já era formada em música e me tornei professora, eleita melhor intérprete de Lorenzo Fernandes. Cursei engenharia de produção na UFRJ, master business executive em gestão do terceiro setor e responsabilidade social e especialização em inovação na Coppe.
Em 2010, fui a primeira brasileira selecionada pela Nasa Research, quando foi criado o Singularity University, em 2010, e me especializei nas oito “exponencial technologies”. Fui executiva de grandes empresas como Shell, Nacional Seguros e J.Macedo. Virei empreendedora, criei minha rede de restaurantes orientais e voltei para o mercado como consultora de inovação, responsável por criar o primeiro programa de “open innovation” no Brasil, na Rede Globo — conquistando o IBC Innovation Awards, em 2012. Em 2014, criei a primeira pré-aceleradora de startups do Brasil, na Universidade Estácio, acelerando mais de 60 startups. Fui eleita, pela Abstartups, a “melhor aceleradora do Brasil”, em 2015. Sempre focada em inovação, educação, empreendedorismo, em ajudar a desenvolver ecossistemas locais e gerar oportunidades para todos, fundei o movimento JuntospeloRio. E assim nasceu o Hacking.Rio, em 2018, considerado o maior hackathon da América Latina e que já está em sua quinta edição.

2. Como é formatado o modelo de negócios da Hacking.Rio? O modelo é formado por patrocinadores e empresas que apoiam o movimento de impacto social e educacional.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Foi a criação e o desenvolvimento do Hacking.Rio. Tirar uma ideia do campo teórico e colocar em prática em apenas três meses foi um desafio. Dizem que as pessoas têm certo receio com as novidades, mas, no caso do Hacking.Rio, o “novo” foi bem aceito. Por isso, estamos na quinta edição.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Com muito planejamento e uma equipe organizada e eficaz. Eu trabalho com muitas redes de voluntários, o comprometimento e o planejamento de todos me ajudam a equilibrar a vida. É claro que também tenho um marido e três filhos que me apoiam muito. Família, trabalho e objetivos sociais têm, cada um, sua rede de apoio que me apoia em todos os projetos.

5. Qual seu maior sonho? Profissionalmente, criar o Hacking.Rio Academy e Women in Tech Academy, para que mais pessoas tenham acesso a novas ferramentas digitais. O Women In Tech é um evento internacional que premia mulheres de impacto em todo o mundo. No âmbito pessoal, meu maior sonho é criar uma fazenda de algas marinhas, maior fonte de oxigênio do mundo e que serve como alimento, saúde, energia e sustentabilidade. E aprender a pilotar um avião.

6. Qual sua maior conquista? Na verdade, tenho algumas conquistas que trouxeram grandes aprendizados: O I9 Rede Globo, primeiro programa “open innovation” no Brasil. Começou com nove pessoas e, em três meses, tinha mais de 1.200 participantes e 347 células de projetos. O I9 conquistou o prêmio de IBC Innovation Awards em 2012. A NAVE, a primeira pré-aceleradora de startups do Brasil, que acelerou 60 empresas em dois anos, inclusive a primeira exchange em blockchain do Brasil, a BitOne. Ser a CEO da Global Lumiar Education, modelo inovador de aprendizagem PBL (Project Based Learning). E, é claro, o Hacking.Rio, que tem ajudado milhares de jovens a ter vontade de estudar, a seguir carreira profissional e a possibilidade de criarem sua própria startup. A maior conquista, na verdade, foi ser mãe de meus três filhos (Henrique, 32 anos, Victor, 30 anos, e Thiago, 22 anos), sem abrir mão de conquistar o espaço profissional.

7. Livro, filme e mulher que admira. Livro: “Se Você Não Tem Bunda, Use Laços no Cabelo”, de Barbara Corcoran; filme: “Joy: Em Nome do Sucesso”; mulher que admiro: Luiza Helena Trajano.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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