Luana Surita conta como ressurgiu no mercado digital após levar loja online de bolsas à falência: ‘Estava sem um tostão’

Após quebrar a cara vendendo fiado, empreendedora se reergueu com estudo e dedicação; hoje celebra proporcionar ao filho o que não teve quando criança

  • Por Fabi Saad
  • 09/08/2023 10h00
Divulgação Luana Surita Luana Surita hoje é referência no mercado digital e mostra a outras mulheres que o Instagram não é único modelo de negócio na internet

Nossa Mulher Positiva é Luana Surita. Após uma tentativa de empreender no ano de 2017 que não trouxe bons resultados, a empresária nos conta como conseguiu superar e dar a volta por cima em um novo negócio. “Por morar em uma cidade extremamente pequena, com 3 mil habitantes, era bem normal vender “fiado”. Então, sempre que ia entregar um pedido, algumas pessoas falavam: ‘Tal dia te pago’ ou ‘daqui a 30 dias te pago’. Nisso, meu negócio faliu”, contou Surita. “Resolvi buscar formas de ganhar dinheiro na internet e encontrei alguns vídeos no YouTube ensinando a trabalhar no mercado digital. […] Criei um Instagram, comecei a postar conteúdo, com o YouTube de professor e, alguns meses depois, investi em treinamentos — só com a ajuda do YouTube eu não consegui ter resultados. Após iniciar o meu primeiro treinamento, finalmente comecei a ter os primeiros resultados.”

1. Como começou a sua carreira? Comecei no digital em 2019, depois que levei minha loja online de bolsas e acessórios à falência. Por morar em uma cidade extremamente pequena, com 3 mil habitantes, era bem normal vender “fiado”. Então, sempre que ia entregar um pedido, algumas pessoas falavam: ‘Tal dia te pago’ ou ‘daqui a 30 dias te pago’. Nisso, meu negócio faliu. Em 2019, estava em casa, já com a loja falida, sem um tostão no bolso. Resolvi buscar formas de ganhar dinheiro na internet e encontrei alguns vídeos no YouTube ensinando a trabalhar no mercado digital como afiliado, que era basicamente se cadastrar em plataformas de afiliado, escolher um produto dessas plataformas e divulgar. E, quando realizar uma venda, rever uma comissão de 40% a 80% de comissão. Achei muito interessante. De início, parecia ser algo fácil, então resolvi dar o primeiro pontapé no mercado. Criei um Instagram, comecei a postar conteúdo, com o YouTube de professor e, alguns meses depois, comecei a investir em treinamentos — só com a ajuda do YouTube eu não consegui ter resultados. Após iniciar o meu primeiro treinamento, finalmente comecei a ter os primeiros resultados.

2. Como é formatado o modelo de negócios Luana Surita? O foco é mostrar para mais mulheres que existem outras formas de faturar na internet além do Instagram. Eu comecei no digital através do Instagram. Além de ter vergonha de aparecer, também tinha vergonha das pessoas da minha cidade verem e começaram a caçoar de mim. Então, o Pinterest ele foi um escape nesse momento em que eu tinha muita vergonha, mas não só por isso. Também por conseguir vender de forma orgânica, sem precisar investir em anúncios. E vender de forma automática, sem precisar conversar ou convencer ninguém a comprar algo meu. A única forma que eu conseguia vender assim que iniciei e antes de conhecer o Pinterest era através do Instagram, abordando as pessoas no direct. Vendi muito dessa forma, mas chegou um momento que foi se tornando cansativo, principalmente pelo fato de haver insultos, algumas pessoas diziam que era mentira ou golpe.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? O momento mais difícil, com certeza, foi o início. Infelizmente muitos pregam na internet o dinheiro fácil. Quando iniciei, vi que não era bem assim e logo achei que havia algo de errado comigo, comecei a me comparar. Infelizmente, muita gente grande no marketing digital se promove através da ostentação, postando carros e mansões. Então, as pessoas entram no mercado querendo ter a vida deles e acreditam que, começando hoje, vão acordar em Dubai. Esquecem-se que o mercado digital é como um trabalho como outro qualquer, que para ter resultados você precisa estudar, aplicar e principalmente ser consistente. Um exemplo claro são os grandes players e os influenciadores. Eles não chegaram onde estão postando um único dia, eles postam todos os dias, ou seja, são consistentes. Isso faz com que alcancem muito mais pessoas e ajudem ainda mais através da sua mensagem

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? No início, não foi fácil, principalmente por trabalhar home office. Antes eu trabalhava em tempo integral, manhã, tarde e noite. Na época em que iniciei, fazia faculdade de agronegócio em outra cidade. Ia no ônibus trabalhando e respondendo cliente, durante as aulas também, mas isso começou a prejudicar minhas notas e até mesmo as relações com os colegas de classe. Mas vi mesmo que precisava diminuir o ritmo e colocar horários quando meu filho me disse que eu já não assistia mais aos desenhos com ele. Hoje deixo as manhãs para mim e minha família, a parte da tarde toda dedicada ao trabalho e à noite eu relaxo vendo uma série ou filme com meu filho

5. Qual seu maior sonho? Acredito que já o realizei: viajar muito e ter uma vida abundante. Desde pequena, meu sonho era viajar de avião para outro país. Na minha mente, só pessoas extremamente ricas andavam de avião e viajavam para fora do país. Até quatro anos atrás, isso era algo inalcançável para mim. Eu viajei de avião pela primeira vez aos 26 anos de idade, mas já pude realizar isso para o meu filho aos 9. Mas melhor que viajar de avião é viajar quando se é convidada para palestrar em outro país. No ano passado, fui convidada para palestrar em um evento de mulheres empresárias e levar o meu conhecimento até elas. Foi demais! Mas acho que uma das maiores conquistas é ir ao mercado e não precisar contar moedas, ir ao mercado com intuito de comprar uma coisa, mas chegar lá ver outras coisas e poder comprar também porque já não preciso mais contar moedas.

6. Qual sua maior conquista? Graças ao meu trabalho, nunca deixei faltar nada ao meu filho. Sou filha de mãe solo, minha mãe nunca deixou faltar nada para mim e meu irmão, mas já passamos dificuldades do tipo de só ter arroz e feijão para comer, nada mais que isso. Lembro que uma vez, aos 5 anos de idade, queria muito leite com toddy, e minha mãe não tinha dinheiro para comprar. O meu pai nunca esteve presente e nunca ajudou com absolutamente nada. Ou minha mãe comprava o leite e o toddy ou deixava de pagar a conta de água. Então, poder dar de tudo para o meu filho hoje, sem precisar contar moeda ou prejudicar outra conta, com certeza é uma das maiores conquistas

7. Livro, filme e mulher que admira: “A Ciência para Ficar Rico” é um livro sobre mentalidade e lei da atração. Basicamente, quando colocamos o foco em coisas ruins, mais coisas ruins vão voltar para nós. Mas quando colocamos o foco em coisas boas e soluções, mais coisas boas e soluções aparecem em nossa vida. Tudo o que está à nossa volta nós criamos, as pessoas que convivemos, o trabalho em que estamos, os relacionamentos… Absolutamente tudo. Independentemente de serem bons ou não, você tem o poder de mudar a realidade à sua volta, mudando a sua forma de pensar. Uma mulher que admiro é Michele Obama, não a acompanhava nem a conhecia muito bem, só sabia que ela era mulher do ex presidente dos Estados Unidos. Passei a conhecê-la após uma amiga ler o livro dela e me dizer que era realmente muito bom, principalmente pelo fato dela enfatizar várias vezes dentro do livro que nós, mulheres, nos empoderarmos de nossas habilidades.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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