Marcele Policarpo abandonou carreira de sucesso para ajudar mulheres a realizar sonhos

Mesmo sem apoio de amigos e familiares, a conceituada nutricionista trocou o consultório lotado pelo empreendedorismo porque sentiu que precisava retribuir ao mundo

  • Por Fabi Saad
  • 27/01/2021 10h00
Divulgação A empresária Marcele Policarpo ajuda mulheres a encontrar a realização profissional

Fornada em nutrição, Marcele Policarpo era requisitada por jornais, revistas e palestras quando percebeu que seus olhos não brilhavam mais no consultório que vivia lotado de clientes. A fila para o atendimento com a renomada profissional chegava a três meses. Inacreditavelmente, a “mulher positiva” desta semana, que depois criaria o método Mulheres que Realizam, se sentia um fracasso até os 16 anos. Um estalo fez Marcele procurar a faculdade, e outro a motivou a estudar o mercado e as pessoas. Ela colocou o conhecimento em prática e, em quatro anos, passou de um salário de R$ 100 para um de R$ 30 mil por mês. Chegaram a visibilidade, a realização e os clientes, mas algo estava faltando. “Sentia que precisava de alguma forma contribuir com o mundo. Queria mostrar para as mulheres que elas também podiam sentir a realização e o reconhecimento que eu sentia”, contou. Hoje, além de ter emplacado o Mulheres que Realizam, ela é CEO da ID-EVOLUTION, referência em mentoria para mulheres e vencedora do prêmio jovem empresária de 2019.

1. Como começou a sua carreira? Acredito que um ponto bem importante da minha história, e que foi um dos maiores motivadores para a criação do meu método, é que até os meus 16 anos eu me sentia frustrada, me sentia um fracasso em tudo. Acreditava que eu não era capaz de ser, fazer e ter coisas na minha vida. Já tinha aceitado não ter resultados. Só que aos 17 anos uma chavezinha começou a virar dentro de mim… Foi o meu momento do “chega”! Eu falei “não”, isso não está certo, não pode ser assim, eu preciso fazer algo por mim e pela minha vida. Decidi, a partir daquele momento, me dedicar para conquistar o que eu queria. E iniciei a faculdade de nutrição. Achei que fazendo nutrição teria bons resultados. E dos 17 aos 21 anos, foquei em me formar e dar início à minha carreira. Porém, mesmo tendo me dedicado muito, estudado muito, quando iniciei minha vida profissional após quatro anos, no meu primeiro trabalho como nutricionista formada, estava ganhando um valor de apenas R$ 100,00 reais por mês. Ou seja, investi mais de R$ 70 mil na faculdade para ganhar apenas R$ 100 reais por mês… Aí foi meu segundo momento do “chega”! Decidi que se existisse uma forma de mudar meus resultados, eu iria encontrá-la. E eu comecei a perceber que existia um padrão entre as pessoas que tinham altos níveis de resultados e as que não tinham. Aí, mesmo sem saber, estava desenvolvendo os primeiros passos do meu método. Em apenas três anos, aos 24, eu saí de um salário de R$ 100 para um de mais de R$ 30 mil por mês. Para algumas pessoas, esse crescimento pode ser pequeno. Para outras, grande. Para mim, que acreditava que nunca alcançaria nada na vida, era incrível. E não foi só financeiramente que minha vida mudou, comecei a ter muita visibilidade, sendo convidada a palestrar em eventos importantes da nutrição, entrevistas para veículos  como “Bem Estar”, “Zero Hora”, “Jornal do Almoço”… Chegava a ter fila de espera de até três meses para uma consulta comigo. Naquele momento da minha vida, eu tinha estabilidade financeira, muitos clientes, mas sentia que precisava de alguma forma contribuir com o mundo. Queria mostrar para as mulheres que elas também podiam sentir a realização e o reconhecimento que eu sentia, que elas também poderiam ser reconhecidas, sentir satisfação com o trabalho… E ter como fruto da realização de um bom trabalho um bom retorno financeiro. Eu queria contribuir ainda mais. Foi aí que encontrei uma empresa que iria ministrar um treinamento, no qual eu acreditava que iria me auxiliar a levar o meu método para o mundo. E aqui começou minha segunda trajetória. A partir daquela formação, a minha vida começou a ser transformada, eu comecei a entender como os nossos resultados eram formados, só que agora com embasamento científico por trás. E assim que eu terminei a formação eu pensei: ‘É isso’! Eu preciso contribuir com as pessoas! Eu quero trabalhar com isso! Eu saí da formação e voltei para o consultório de nutrição. Só que os meus olhos não brilhavam mais ali naquela sala branca… Eu queria levar tudo o que eu tinha descoberto para o mundo, e foi ali que tomei uma difícil decisão: deixar uma carreira consolidada para trás para levar a minha metodologia às mulheres. Respirei fundo e segui em frente, busquei me fortalecer ainda mais, deixar de lado todas as vozes que me chamavam de louca, que ia deixar o certo pelo duvidoso, que não acreditavam que eu estava fazendo aquilo. Me senti muito desapoiada nessa fase, minhas amigas, minha família, meus colegas de trabalho, parecia que quase ninguém entendia o que eu queria fazer… Mas eu sabia e segui em frente. Fui em busca de mentores que já estivessem agindo nesta direção. Com o conhecimento deles e com o método que eu criei, me sentia pronta para começar essa nova etapa. Novamente consegui validar minha metodologia, sendo convidada para palestrar em diversos lugares. Cheguei a palestrar em eventos internacionais… Em 2019, ganhei a premiação de jovem empresária. E hoje atuo tanto no B2B (business to business, expressão em inglês que significa empresa para empresa) quanto no B2C (business to costumer, que significa empresa para cliente), auxiliando mulheres a se fortalecerem e a se sentirem confiantes para realizarem seus sonhos e objetivos profissionais em um menor espaço de tempo.

2. Como é formatado o modelo de negócios do seu trabalho? Eu atuo tanto em B2B quanto B2C. Tenho infoprodutos com a metodologia que criei: Mulheres que Realizam. O curso online em que ajudo mulheres a saírem da frustração e se tornarem realizadas profissionalmente em um menor espaço de tempo. Dou palestras e treinamentos presenciais para mulheres. Dou mentorias para mulheres que querem acelerar o processo e se tornar profissionais realizadas. Presto consultoria para empresas, atuando no desenvolvimento humano (inteligência emocional, desenvolvimento de liderança, talentos e sucessão).

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Sem dúvidas, foi a decisão de deixar para trás uma carreira consolidada na nutrição  — após nove anos atuando com muitos resultados  — para ir em busca do meu propósito e missão de vida, que é ajudar mulheres a redescobrir a força interior, a sair da frustração e se tornar realizadas.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? A única forma com que consegui equilibrar verdadeiramente a minha vida pessoal e profissional foi colocando absolutamente todos os meus compromissos na agenda. Todos os dez pilares da minha vida estão na minha agenda, desde compromissos profissionais (reuniões, sessões de mentoria etc.) até o horário em que vou treinar, o horário em que vou encontrar com amigos, o horário de leitura… Tudo está na agenda que programo aos domingos à noite (sempre faço antes de iniciar a semana, nunca durante). Outro ponto importante é não negociar com a minha mente. Se algo está programado na agenda, em tal horário, eu cumpro. Exemplo: leitura de livro das 6h30 às 7h. Se eu estiver gostando da leitura e pensar em seguir lendo, passando, assim do horário estipulado, eu fecho o livro e não negocio com a minha mente, pois sei que o próximo compromisso será prejudicado. Quando questões urgentes e imprevistos externos surgem, aí, sim, tenho flexibilidade para trocar um compromisso por outro, encaixar de alguma forma na agenda. Se for algo que está dentro da minha rotina e controle, eu não negocio com a minha mente. Sigo a agenda à risca e consigo equilibrar muito bem vida pessoal e profissional. Acredito que programar a agenda com antecedência é a única forma de equilibrar todos os pilares. Grande parte das pessoas programa apenas o próximo dia, ou só faz uma lista de compromissos profissionais e acaba esquecendo dos outros pilares, que são tão importantes quanto o profissional.

5. Qual seu maior sonho? O meu maior objetivo é contribuir na vida de pelo menos 50 mil mulheres, seja no formato de treinamentos presenciais ou online. A minha missão aqui é mostrar que todas as mulheres têm uma força interior gigantesca, que podem ser, fazer e ter o que quiserem, desde que acreditem em si mesmas, se fortaleçam e tenham as ferramentas certas para isso. A minha maior realização é quando vejo mulheres que não acreditavam mais em si mesmas, não tinham mais esperanças de um futuro diferente, terem suas vidas completamente transformadas. Com realização profissional, independência financeira e acreditando em si mesmas. Para que isso aconteça, elas precisam ter acesso a conteúdos que edifiquem a vida delas e das pessoas que estão à volta delas. O que eu puder fazer para contribuir para essas mudanças, eu farei.

6. Qual sua maior conquista? Sinto que tive grandes conquistas na minha carreira, como ganhar o prêmio de jovem empresária e palestrar no palco do World Trade Center para mais de 500 mulheres. São experiências que jamais esquecerei, mas acredito que as maiores conquistas acontecem no dia a dia, longe dos palcos, nas vidas que transformo por meio do meu trabalho. Ver mulheres que estavam em situações vulneráveis, algumas desacreditadas, dependendo financeiramente de outras pessoas, se tornarem independentes, corajosas e com muitos resultados profissionais, com certeza, é a minha maior conquista. Espero continuar tendo muitas conquistas como essa.

7. Livro, filme e mulher que admira. Livro: “A Coragem de Liderar”, da Brené Brown; filme: “Joy: O Nome do Sucesso”; Mulher que admiro: Luiza Helena Trajano.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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