Mônica Granzo foi de vendedora de bombons caseiros a fundadora de empresa de tecnologia que fez história

Criada em 2014, a Smarkets desenvolveu o primeiro marketplace colaborativo B2B do país

  • Por Fabi Saad
  • 30/11/2022 10h00
Tato Belline/Divulgação Mônica Granzo é fundadora e CEO da Smarkets Mônica Granzo é fundadora e CEO da Smarkets

Nossa Mulher Positiva é a empreendedora por vocação Mônica Granzo, fundadora e CEO da Smarkets, empresa de tecnologia que desenvolveu o primeiro marketplace colaborativo B2B do país. Ela, que começou vendendo bombons de chocolate que produzia em casa, foi caixa de supermercado e trabalhou em loja de roupas, revela o desafio de comandar uma das poucas startups lideradas por mulheres (que não passam de 3%). “Essas experiências me deram uma noção sobre negócios. Consegui me formar em ciências contábeis e trabalhar em diversas empresas até ser contratada em um hospital para montar e gerir uma central de compras corporativa. Foi ali que descobri uma oportunidade: faltava um sistema que reunisse demandas, automatizasse processos e conseguisse descontos interessantes para as companhias em larga escala. Então, em 2014, fundei a Smarkets, o primeiro marketplace colaborativo B2B do país”, contou.

1. Como começou a sua carreira? Eu vivenciei o empreendedorismo por necessidade muito cedo. Tive que fazer pequenos trabalhos para ajudar a minha família, que estava em constantes dificuldades financeiras — por isso, sempre convivi com desafios, incertezas e tomadas de decisões importantes. Comecei vendendo bombons de chocolate que produzia em casa. Depois, passei a ajudar uma tia na oficina de costura e, então, a revender roupas para os colegas de turma. Ainda na minha adolescência, fui contratada como caixa de supermercado para, em seguida, virar vendedora de loja. Apesar de todas as dificuldades, essas experiências me deram uma noção sobre negócios. Consegui me formar em ciências contábeis e trabalhar em diversas empresas até ser contratada em um hospital para montar e gerir uma central de compras corporativa. Foi ali que descobri uma oportunidade: faltava um sistema que reunisse demandas, automatizasse processos e conseguisse descontos interessantes para as companhias em larga escala. Então, em 2014, fundei a Smarkets, o primeiro marketplace colaborativo B2B do país. De lá para cá, tenho orgulho das muitas histórias de sucesso que construímos em projetos nacionais e internacionais, simplificando as operações e aumentando a eficiência em compras corporativas. Histórias que já geraram mais de R$ 1 bilhão em economias para nossos clientes.

2. Como é formatado o modelo de negócios da Smarkets? Nosso modelo de negócio é a conexão, de forma eficiente, de quem compra e quem vende, usando tecnologia, inteligência e consolidação de escala. Para quem compra, há uma remuneração do SAAS para uso da plataforma. E para quem vende, o take rate sobre o volume de vendas. Nosso objetivo é usar tecnologia e inovação para reinventar a maneira como as empresas compram e vendem produtos entre si. E estamos em um bom caminho: em oito anos de operação, a Smarkets já transacionou mais de R$ 7 bilhões em compras para seus clientes, gerando mais de R$ 1,2 bilhão em economia por meio de seu marketplace B2B e outras soluções tecnológicas de e-procurement (como chamamos as compras em ambiente digital por empresas). Esses números comprovam que a Smarkets está transformando o jeito de vender e comprar insumos. E a receita do sucesso é simples: a startup oferece um ecossistema inteligente que conecta empresas que querem comprar a outras que querem vender. Totalmente hospedada em nuvem, a plataforma garante mais eficiência, governança, compliance e redução de custos no negócio. Uma grande chancela que temos é o fato de termos atraído aportes de R 9,6 milhões de investimento. Foram duas rodadas em 2021. O primeiro aporte foi de R$ 5 milhões, junto à UVC Investimentos, do Grupo Ultra; e o segundo foi do Fundo WE Ventures, iniciativa liderada pela Microsoft, com outros R$ 4,6 milhões.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? O momento mais difícil da minha carreira foi quando a Smarkets tinha acabado de captar uma rodada de investimentos e nós precisávamos de inteligência estratégica para alavancar os negócios. Em meio a tantos planos, ideias e ações a serem executadas, um questionamento mexeu muito comigo: “Como o propósito, missão, visão e valores do meu negócio estão organizados?”. Foi quando me dei conta de que eu precisava me reconectar profundamente com o meu propósito empreendedor para construir uma jornada de sucesso, que realmente impacta o mercado e a vida de milhares de outras pessoas. Passamos por tempos difíceis, como o da pandemia do coronavírus, e mesmo assim desenvolvemos e implantamos negócios inovadores, relevantes para os clientes e lucrativos para os investidores.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Eu diria o que é fundamental: empreender é experimentar uma relação absolutamente nova com o trabalho e com a vida. Especialmente nos primeiros anos, sua empresa passa a ser quase uma extensão de quem você é, e tudo fica mais pessoal, mais intenso. As jornadas de trabalho são longas, as frustrações são inevitáveis, mas a alegria de cada conquista é incomparável. Se eu fosse dar um conselho, certamente diria para cuidar tão bem das suas emoções como do seu preparo técnico: manter o controle nessa montanha-russa pode fazer toda diferença!

5. Qual seu maior sonho? Meu sonho é construir um ecossistema de soluções para impulsionar a transformação do futuro de compras e vendas B2B e, consequentemente, fortalecer o crescimento robusto da companhia usando a diversidade de pessoas e ideias, a criatividade, a inovação e a sustentabilidade como ferramentas.

6. Qual sua maior conquista? Ser inspiração para outros empreendedores, principalmente mulheres, desenvolverem suas potências para construírem suas próprias jornadas de sucesso. E que a Smarkets continue sendo o caminho para exercer este propósito.

7. Livro e mulher que admira. “Oprah, Uma Biografia”, de Kitty Kelley, é o livro da mulher que admiro e me identifico.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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